Argentina estuda combinar doses diferentes de vacinas contra covid-19
A Argentina começou ontem a estudar a possibilidade de combinar vacinas para combater a covid-19 e analisará a imunogenicidade e segurança de alternar fabricantes entre a primeira e a segunda doses.
O Ministério da Saúde convocou pesquisadores das províncias de Buenos Aires, Córdoba e San Luis para avaliar a eficácia de cruzar inoculações em um mesmo esquema.
"Estamos fazendo esta convocação a fim de ter todas as perspectivas possíveis e um projeto conjunto de colaboração para fornecer uma resposta científica", disse a ministra da saúde do país, Carla Vizzotti, em comunicado.
A perspectiva de utilizar vacinas de fabricantes distintos ocorre em um contexto marcado pelo atraso na chegada de segundas doses de Sputnik V, o único imunizante contra o coronavírus aplicado na Argentina que tem dois componentes diferentes.
Intervenção científica
O estudo terá um desenho colaborativo e será conduzido com base na combinação das vacinas disponíveis. Após os resultados obtidos, será avaliado se é necessário aplicar reforçadores e o prolongamento da proteção.
Os pesquisadores se propuseram a estudar a resposta imunológica das pessoas que tinham coronavírus e têm uma dose de vacina contra a doença.
"Temos que gerar nossas próprias evidências, avaliar imunogenicidade, segurança e observar se nos esquemas heterólogos há melhores resultados com as variantes no que se refere à qualidade das respostas", afirmou o subsecretário de Estratégias Sanitárias do Ministério da Saúde, Manuel Castelli.
A Argentina tem doses de Sputnik V, Covishield e de vacinas da AstraZeneca e da Sinopharm. Até o momento, 36,7% da população foi vacinada com a primeira dose e apenas 8,9% com as duas.
Caso de Buenos Aires
A cidade de Buenos Aires poderia começar a combinar vacinas em menos de um mês e meio, segundo o secretário de Saúde, Fernán Quirós. "Estamos avaliando dois aspectos técnicos, que são a segurança e a eficácia de uma combinação diferente de vacinas", declarou Quirós à emissora "Radio Mitre".
Pelo menos 70 mil pessoas estão em condições de fazer o cruzamento de vacinas e serão chamadas aleatoriamente. "Elas poderão receber a segunda dose de AstraZeneca, Sinopharm ou Sputnik V componente 2", detalhou o secretário.
Quiros explicou que a decisão se baseia em estudos científicos realizados na Europa a partir da suspensão das vacinas da AstraZeneca. "Essa vacina tem feito muitos estudos de cruzamento de vacinas especialmente com a Pfizer, que é a experiência mais conhecida", destacou.
"Estes estudos mostram em geral que a vacinação cruzada é segura e eficaz, e alguns estudos até mesmo relatam que ela pode lhe dar mais defesas do que a vacinação completa com Pfizer", acrescentou.
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