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Covid: Vacina experimental cubana Abdala mostra 92% de eficácia em testes

19.mar.2021 - Vista de frascos da candidata à vacina cubana Abdala, em Havana - Katell Abiven/AFP
19.mar.2021 - Vista de frascos da candidata à vacina cubana Abdala, em Havana Imagem: Katell Abiven/AFP

Da EFE, em Havana

22/06/2021 06h28Atualizada em 22/06/2021 13h51

A Abdala, uma das cinco vacinas experimentais desenvolvidas em Cuba contra a covid-19, mostrou uma eficiência de 92,2% contra a doença na primeira análise da terceira e última fase de ensaios clínicos, informou a emissora estatal do país nesta segunda-feira.

De uso intramuscular, essa vacina é subunitária baseada no domínio de ligação ao receptor (RBD) da proteína S do vírus. O cronograma de aplicação é de três doses administradas com 14 dias de intervalo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que para que uma vacina experimental seja efetivada, deve demonstrar uma eficácia igual ou superior a 50%.

A terceira fase dos ensaios clínicos da Abdala começou em meados de março nas províncias de Santiago, Guantánamo e Granma com a participação de 48 mil voluntários de 19 a 80 anos de idade e sob o padrão internacional de estudo multicêntrico, randomizado, controlado por placebo e duplo-cego.

O resultado foi apresentado hoje pelos chefes do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB) ao presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, que de acordo com uma reportagem da televisão estatal afirmou que este é "um acontecimento que multiplica o orgulho deste país e de seus cientistas".

A notícia foi divulgada dois dias após ter sido anunciado que outra das cinco vacinas experimentais cubanas contra a covid-19, a Soberana 02, do Instituto Finlay, obteve 62% de eficácia nos resultados preliminares da fase final dos ensaios clínicos, realizados inteiramente em Havana com 44.010 voluntários.

Espera-se que, assim como o IFV fará com a Soberana 02, o CIGB solicite imediatamente a autorização de uso emergencial para a Abdala ao Centro de Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (Cecmed), órgão regulador de Cuba.

De acordo com números oficiais, pouco mais de 2 milhões de cubanos, de uma população de 11 milhões, receberam pelo menos uma dose dessas vacinas.

Cuba não é membro do mecanismo Covax, da OMS, criado para dar aos países de baixa e média renda acesso às vacinas, nem as comprou no mercado internacional.

O país, que desde janeiro está passando pela terceira e pior onda da pandemia, registrou hoje um novo recorde de casos diários e acumula 169.365 contágios pelo novo coronavírus e 1.170 mortes por covid-19.