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Bebês siameses separados no Chile apresentam "problemas médicos"

Da Efe<br>Em Santiago do Chile

30/09/2007 20h30

Os gêmeos siameses de seis meses que foram separados este sábado no Chile durante uma operação que durou 16 horas apresentaram hoje "problemas médicos", informaram fontes hospitalares.

Os gêmeos, nascidos em Santiago (capital) em março, estavam unidos pelo pericárdio - membrana que protege o coração -, pelo fígado e por parte dos intestinos.

Os médicos estão especialmente preocupados com um dos bebês, que nas últimas horas apresentou insuficiência cardíaca e um edema pulmonar, segundo explicou aos jornalistas Fernando Betanzo, diretor do hospital Sótero del Rio, onde ocorreu a cirurgia.

"Estávamos contentes pelo sucesso de uma etapa, mas outros problemas médicos apareceram, especialmente no gêmeo maior, que teve uma dilatação da cavidade cardíaca direita, com dilatação pulmonar", explicou.

Betanzo acrescentou que o bebê está com apoio permanente de especialistas em cardiologia infantil e que está recebendo óxido nítrico.

"O irmão está melhor, mas ainda restam duas semanas que serão chave para saber como será a evolução definitiva de ambos", afirmou o diretor, que não descartou a possibilidade de outras complicações ocorrerem.

"Não podemos dizer que estão fora de perigo. À medida que apareçam complicações, daremos uma solução, com equipamento, tecnologia e nossos especialistas", disse.

A operação começou às 7h de sábado e se prolongou até a meia-noite (entre 8h de sábado e 1h de domingo, horário de Brasília). 50 profissionais, entre eles seis cirurgiões e quatro anestesistas, participaram da cirurgia.

A complexa intervenção foi dividida pelos médicos em três partes.

A primeira consistiu na separação do pericárdio. A segunda fase foi a separação do fígado, considerada a mais complexa segundo o doutor Betanzo. A terceira foi executada por cirurgiões plásticos e consistiu no fechamento da parede abdominal.

A operação e o tratamento posterior dos siameses têm um custo estimado superior a 150 milhões de pesos (US$ 290 mil) que serão financiados pelo Sistema Público de Saúde, segundo disse aos jornalistas Ricardo Fábrega, subsecretário de Redes Assistenciais do Ministério da Saúde.