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Itália vai testar combinações com vacina da AstraZeneca

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Imagem: iStock

Em Roma

13/04/2021 11h52

Um dos hospitais mais importantes da Itália vai realizar um estudo clínico para avaliar a eficácia da combinação entre a vacina anti-Covid da AstraZeneca e outras três fórmulas disponíveis no mercado.

O ensaio será conduzido pelo Instituto Lazzaro Spallanzani, de Roma, e aguarda apenas autorização da Aifa (Agência Italiana de Medicamentos). O estudo prevê a participação de pelo menos 600 voluntários, que receberão a primeira dose da vacina da AstraZeneca e a segunda da Pfizer, da Moderna ou da Sputnik.

De acordo com o diretor sanitário do Instituto Lazzaro Spallanzani, Francesco Vaia, a ideia de testar as combinações surgiu em função da crescente preocupação de parte da população com a vacina da AstraZeneca.

"Faremos um experimento, assim como em outros países da União Europeia, para verificar a possibilidade de combinar várias vacinas", disse Vaia nesta terça-feira (13). Já o secretário de Saúde da região do Lazio, Alessio D'Amato, ressaltou que o ensaio clínico pode começar "na semana que vem, dependendo do aval da Aifa".

As fórmulas da AstraZeneca, da Moderna e da Pfizer já foram aprovadas para uso emergencial na UE, mas a Sputnik ainda não.

No entanto, o Spallanzani assinou nesta terça-feira um memorando de colaboração científica com o Instituto Gamaleya e o fundo soberano da Rússia, responsáveis pelo imunizante.

A vacina da AstraZeneca enfrenta desconfiança em parte da população italiana por causa da possibilidade de tromboses como efeitos colaterais. No entanto, a agência de medicamentos da UE (EMA) já reiterou diversas vezes que os benefícios do produto superam os riscos e que não há motivos para restringir seu uso.

Atualmente, a Itália utiliza a vacina preferencialmente em pessoas com mais de 60 anos de idade. Segundo a EMA, foram constatados apenas 86 casos de trombose em uma população de 25 milhões de imunizados na Europa até 22 de março, o que significa 0,0003% do total.

A fórmula da AstraZeneca se baseia em um adenovírus inativo contendo uma sequência genética que codifica a proteína spike, espécie de casca de espinhos do coronavírus Sars-CoV-2. Esse é o mesmo método empregado pela Sputnik, que, no entanto, faz uma combinação de dois adenovírus, um para cada dose.

Já as vacinas da Pfizer e Moderna usam a tecnologia do RNA mensageiro (mRNA), uma sequência genética sintética que codifica a proteína spike.