Atire o primeiro planner quem nunca se organizou para começar a se exercitar na segunda-feira —para abandonar a atividade uma semana depois. Ou finalmente decidiu tirar do papel aquele projeto de negócios incrível —que acabou ficando mesmo só no plano das ideias. Ou prometeu que iria comer mais frutas, beber mais água, reduzir o açúcar —para se pegar repetindo os mesmos padrões alimentares alguns dias depois. Caro leitor, não se sinta só: você certamente não é o único no mundo que faz isso. Mudar os planos no meio do caminho é normal e até saudável quando significa um ajuste de rota. O problema é quando a desistência se torna tão repetitiva que acaba gerando raiva, frustração, sentimento de inadequação e até tensão física. E, para alívio geral, isso não é sinal de preguiça ou falta de determinação. Na maioria dos casos, as pessoas acabam desistindo por medo de errar e fracassar. Nesse processo, o seu cérebro, que não é bobo e quer evitar a todo custo qualquer dor (inclusive as emocionais), começa a trabalhar e a colocar obstáculos aparentemente racionais para você deixar a atividade de lado. Quer exemplos? Estabelecer metas irreais (e impossíveis), não planejar com clareza onde queremos chegar e até mesmo evitar inovar nas formas de agir são formas de enterrar qualquer motivação. Fugir dessas armadilhas —que não deixam de ser uma forma de autossabotagem— nem sempre é fácil, já que elas são alimentadas pela crença de que não somos suficientes e que construímos lá atrás, ainda na infância. Mas, respire fundo, pois nem tudo está perdido. É possível, sim, quebrar esse círculo vicioso. O primeiro passo é desconstruir essa imagem ruim de si mesmo e deixar de repetir frases como "eu sempre desisto de tudo". Ao ressignificar suas metas e sua autoimagem, você passará a mensagem do que deseja de forma mais clara para o seu cérebro —que irá, com prazer, abastecer-se com ideias de como alcançar seus objetivos. |