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Remédio para dor de dente: veja opções caseiras e outras dicas de dentistas

Conheça seis mitos sobre a sua saúde bucal -
Conheça seis mitos sobre a sua saúde bucal

Diana Cortez

Colaboração para VivaBem

23/01/2023 11h07Atualizada em 23/01/2023 11h07

Quando a dor de dente surge, buscar maneiras de aliviá-la torna-se a prioridade de qualquer pessoa. Afinal, o incômodo realmente impacta a rotina e o bem-estar - e queremos algo simples como remédio para dor de dente.

Muitos brasileiros, de fato, sofrem com o problema —estima-se que 25% da população. Para se ter ideia, segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde Bucal realizada em 2010, 27,5% das pessoas entre 35 a 44 anos relataram ter sentido dor de dente nos seis meses anteriores à entrevista. E entre aqueles com idade entre 15 e 19 anos, o percentual foi de 24,7%.

Diante do incômodo, os profissionais da área são unânimes em afirmar que a automedicação não é uma opção, sendo que a recomendação é marcar uma consulta com o dentista o quanto antes para descobrir a causa e, então, iniciar o tratamento adequado, evitando que o quadro piore.

"Os motivos que geram dor de dente são diversos. Os mais comuns são cáries, inflamações da gengiva geradas por doenças periodontais, desgaste no esmalte dos dentes devido ao ranger dos dentes (bruxismo), retração da gengiva, aparecimento do dente de siso, entre outros", cita Brenda Gomes, professora da área de endodontia na FOP-Unicamp (Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual de Campinas).

Mas o que fazer para aliviar o problema? A seguir, tire suas dúvidas sobre os remédios para dor de dente, inclusive com soluções caseiras e simples.

Remédios para dor de dente

Bochecho de água morna com sal ajuda a aliviar a dor de dente?

Apesar de não existir pesquisa científica sobre o assunto, a receita caseira de bochecho de água morna com sal é uma medida muito recomendada pelos dentistas aos pacientes que precisam drenar abcessos faciais por conta da presença de pus. Isso porque o sal possui ação antisséptica natural, que ajuda a reduzir as infecções, enquanto a água morna facilita a vazão da substância purulenta.

Como fazer: Em um copo de água morna, misture uma colher de chá de sal. A solução não deve ficar tão salgada quanto a água do mar, mas uma salobra. Quando estiver morno, faça bochechos segurando a água com sal por cerca de 30 segundos a um minuto na boca e cuspa na pia. Repita de hora em hora.

Receitas caseiras como cravo-da-índia ajudam a aliviar a dor de dente?

O óleo essencial do cravo-da-índia possui eugenol, substância com propriedades analgésicas, excelente para aliviar a dor de dente, combater infecções e inflamações, conforme mostra um estudo publicado no British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery realizado com 270 pacientes que tiveram um dente extraído.

Não à toa o eugenol passou a ser usado como componente de produtos usados em obturações.

Como fazer: Existem várias as maneiras de usar o cravo para amenizar o desconforto da dor de dente. Você pode simplesmente mascá-lo ou preparar o chá para fazer bochechos. Ou ainda aplicar uma gota de óleo essencial de cravo misturado a uma ou duas gotas de outro óleo vegetal (óleo de coco ou óleo de amêndoa) em um pedacinho de algodão e colocar no local do desconforto por dois minutos. Não se deve deixar por mais tempo em contato com a mucosa para evitar queimaduras.

O dente de alho pode ser usado para tirar dor de dente?

Não existem pesquisas que comprovem o efeito analgésico do alho na dor de dente. Fora que ele ainda possui substâncias que também podem causar queimaduras na mucosa da boca ao ficar em contato direto por algum tempo. Diante da dor, procure o dentista o quanto antes.

Própolis pode ser usado como um analgésico natural para a dor de dente?

Segundo um estudo publicado no The Journal of Nihon University School of Dentistry, a substância apresenta poderosas ações anti-inflamatória e analgésica quando utilizada como enxaguatório bucal em uma solução contendo 5% de própolis em pacientes que passaram por cirurgias intrabucais.

"É importante ressaltar que o resultado foi positivo nessa diluição específica. Por isso, o paciente deve pedir a recomendação do dentista para manipular a fórmula corretamente, caso contrário, correrá o risco de queimar a mucosa da boca por usar um produto em alta concentração", alerta Domaneschi.

Posso tomar remédio por conta própria ao sentir dor de dente?

Não. Nenhum fármaco deve ser usado sem a prescrição de um profissional. A orientação é para que o paciente faça uma visita ao dentista independentemente de qual seja a intensidade da dor, a fim de ter um diagnóstico correto e o devido tratamento.

"É o procedimento realizado no consultório pelo profissional que irá acabar com a dor do paciente e não o medicamento. Além disso, os medicamentos podem mascarar sintomas e induzir a um diagnóstico errado, uma vez que a origem, a intensidade e a duração da dor são informações importantes para o cirurgião-dentista entender e definir o quadro do paciente", explica Gomes.

Quais os riscos de usar remédios sem indicação de um dentista?

Mesmo um "simples" analgésico pode ser perigoso para a saúde se consumido sem orientação de um profissional. Para se ter ideia, alguns são contraindicados para pacientes que possuem doenças nos rins e no fígado, como é o caso do paracetamol.

Entre os anti-inflamatórios, também há aqueles que são desaconselhados para quem tem histórico de problemas renais, diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca, cirrose hepática e, inclusive, gastrite, úlcera gástrica ou sangramento gastrintestinal —uma vez que algumas substâncias afetam a proteção natural da parede gástrica.

Fora o risco que todo fármaco apresenta de causar alergias.

Quando o dentista pode prescrever remédios para dor de dente?

No consultório, o cirurgião-dentista vai fazer alguns exames clínicos para chegar a um diagnóstico sobre o quadro apresentado pelo paciente e iniciar o tratamento. Ele também deve perguntar sobre a existência de doenças preexistentes, hábitos, como a frequência no consumo de álcool, se existe a possibilidade de uma gravidez no caso das mulheres ou histórico de alergias para definir o tipo de medicamento que irá recomendar como coadjuvante para aliviar o incômodo.

"Nos casos em que a dor pós-operatória é prevista, o paciente já poderá sair do consultório com a indicação do medicamento para não sentir dor quando o efeito do anestésico passar", comenta Gomes.

Em geral, analgésicos são prescritos para dores leves a moderadas. Já para os quadros que apresentam risco ou presença de inflamação, serão indicados anti-inflamatórios, que também podem apresentar efeito analgésico.

Antibióticos são indicados para eliminar a dor de dente?

Não. Esses medicamentos de venda controlada são prescritos para tratar quadros onde há risco de infecção sistêmica, em que o paciente apresenta febre, edema (inchaço) na face, dificuldade de abrir a boca, entre outros aspectos clínicos. E também para os imunocomprometidos, ou seja, aqueles com baixa imunidade, como é o caso dos que possuem diabetes não controlada, câncer ou lúpus, e têm risco de desenvolver endocardite bacteriana.

A confusão acontece porque a dor só é eliminada como consequência do tratamento, mas, como pode demorar algum tempo para a dor passar, o profissional acaba indicando também analgésicos e anti-inflamatórios em conjunto.

Posso pingar dipirona líquida no dente cariado quando sentir dor?

"A dipirona líquida não foi formulada para uso tópico, por isso pode provocar queimaduras se mantida por algum tempo em contato com a mucosa da boca e causar ainda mais dor ao paciente", alerta a professora Carina Domaneschi, docente da disciplina de Clínica Integrada e Setor de Urgência Odontológica da Faculdade de Odontologia da USP.

Pastas de dente para aliviar dor podem ser usadas no dia a dia?

A maioria desses produtos é indicada para quadros de sensibilidade devido à retração da gengiva, que expõe a dentina, onde estão os túbulos dentinários —canais microscópicos que ligam a dentina a polpa (conhecida como nervo). O resultado é uma dor penetrante, aguda e de curta duração que surge no contato físico, químico ou térmico (com gelado). No entanto, não têm indicação para dores causadas por cáries e inflamações na gengiva, por exemplo.

Essas pastas agem fechando os túbulos dentinários pela deposição de uma camada de cristais de fluoreto de cálcio, oxalato de cálcio e fosfato de ferro, arginina, dentre outros. Ou ainda bloqueando a transmissão de sinais ao sistema nervoso central.

Elas são uma opção prática e de baixo custo para usar em casa. "Mas, apesar de serem produtos eficazes, é importante consultar o cirurgião-dentista, pois a dor pode estar associada a outras causas", alerta Gomes.

Há ainda alguns produtos com anestésico na fórmula, como a benzidamina, que ainda tem ação anti-inflamatória, antisséptica e analgésica, indicada para quadros que apresentam processo inflamatório na gengiva, por exemplo. Contudo, não são recomendados para gestantes, nem crianças abaixo de seis anos e pessoas alérgicas ao componente.

No consultório, o cirurgião-dentista também pode tratar a dor causada pela sensibilidade nos dentes com a aplicação de laser de baixa potência, que também tem ação anti-inflamatória. E ainda com a aplicação de flúor ou verniz fluoretado —uma espécie de gel que forma uma película sobre a área sensível no dente, que acaba sendo eliminada com a escovação.

"A ação do flúor no dente é dada pela união com os íons cálcio, o que resulta em fluoreto de cálcio, diminuindo o diâmetro dos túbulos dentinários e a sensibilidade temporariamente", explica Gomes.

Pastas de dente para aliviar dor podem ser usadas no dia a dia?

A maioria desses produtos é indicada para quadros de sensibilidade devido à retração da gengiva, que expõe a dentina, onde estão os túbulos dentinários —canais microscópicos que ligam a dentina a polpa (conhecida como nervo). O resultado é uma dor penetrante, aguda e de curta duração que surge no contato físico, químico ou térmico (com gelado). No entanto, não têm indicação para dores causadas por cáries e inflamações na gengiva, por exemplo.

Essas pastas agem fechando os túbulos dentinários pela deposição de uma camada de cristais de fluoreto de cálcio, oxalato de cálcio e fosfato de ferro, arginina, dentre outros. Ou ainda bloqueando a transmissão de sinais ao sistema nervoso central.

Elas são uma opção prática e de baixo custo para usar em casa. "Mas, apesar de serem produtos eficazes, é importante consultar o cirurgião-dentista, pois a dor pode estar associada a outras causas", alerta Gomes.

Há ainda alguns produtos com anestésico na fórmula, como a benzidamina, que ainda tem ação anti-inflamatória, antisséptica e analgésica, indicada para quadros que apresentam processo inflamatório na gengiva, por exemplo. Contudo, não são recomendados para gestantes, nem crianças abaixo de seis anos e pessoas alérgicas ao componente.

No consultório, o cirurgião-dentista também pode tratar a dor causada pela sensibilidade nos dentes com a aplicação de laser de baixa potência, que também tem ação anti-inflamatória. E ainda com a aplicação de flúor ou verniz fluoretado —uma espécie de gel que forma uma película sobre a área sensível no dente, que acaba sendo eliminada com a escovação.

"A ação do flúor no dente é dada pela união com os íons cálcio, o que resulta em fluoreto de cálcio, diminuindo o diâmetro dos túbulos dentinários e a sensibilidade temporariamente", explica Gomes.