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Probióticos equilibram a microbiota intestinal; entenda os benefícios

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Lívia Inácio

Colaboração para VivaBem

10/09/2021 04h00

Pode ser assustador pensar que em torno de 100 trilhões de micro-organismos moram no seu intestino. Mas calma: quando está em harmonia, essa comunidade composta por fungos, bactérias, vírus e protozoários traz benefícios ao nosso organismo.

Os seres da chamada microbiota intestinal ajudam a digestão de alimentos, a absorção de nutrientes e até a produção de hormônios, além de abarcar até 80% das células imunológicas do corpo. Não por acaso, nosso intestino é reconhecido como um órgão importante para o metabolismo e a imunidade.

Agora imagine só se essa população tão numerosa e crucial entra em desajuste. O aumento de bactérias nocivas, por exemplo, pode fazer um estrago. É por isso que uma diarreia é capaz de deixar você tão abatido. Especialistas chamam o problema de disbiose e ele pode favorecer o surgimento de várias doenças.

Entre os alimentos que ajudam a equilibrar a microbiota intestinal estão os probióticos, que contam com micro-organismos vivos. A seguir, explicamos o que são os probióticos e tiramos dúvidas comuns sobre o assunto.

Saiba tudo sobre os probióticos

O que são probióticos?

Probióticos são micro-organismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde, ajudando a prevenir doenças e controlar disbioses (como é chamado o desequilíbrio da flora intestinal). Embora muita gente se refira a eles como "bactérias do bem", podem pertencer a diferentes gêneros e espécies, tanto de bactérias quanto de leveduras (um tipo de fungo).

Onde são encontrados?

Os probióticos estão presentes naturalmente ou podem ser incorporados a alimentos a alimentos fermentados e não fermentados como kefir, iogurtes e outros laticínios, como o famoso leite fermentado. Também são vendidos como suplementos na forma de cápsulas, comprimidos, pós e fórmulas líquidas. Os probióticos também são comuns no leite materno e muito importantes no desenvolvimento dos bebês.

No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é responsável por regulamentar esse tipo de produto. O órgão considera probióticos produtos que tenham na composição Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus casei shirota, Lactobacillus casei variedade rhammosus, Lactobacillus casei variedade defensis, Lactobacillus paracasei, Lactococcus lactis, Bifidobacterium bifidum, Bifidobacterium animalis (B. lactis), Bifidobacterium longum e Enterococcus faecium. Por isso, é importante sempre checar o rótulo na hora de comprar.

Como os probióticos equilibram o organismo?

Os probióticos agem estimulando a proliferação de microrganismos benéficos (e, por consequência, inibindo o crescimento dos considerados nocivos para o organismo) e podem também introduzir esses microrganismos na microbiota. Como resultado, podemos ter o controle de problemas como diarreia, alergia e doença inflamatória intestinal.

No entanto, vale ressaltar que cada indivíduo tem uma microbiota única e variada. Isso porque ela é definida ao longo dos anos, sendo influenciada por fatores como alimentação, estilo de vida e uso de medicamentos. Por isso, não existe um "padrão ouro" do que é considerado uma microbiota intestinal saudável.

Para que os probióticos tenham o efeito desejado, precisam ser transportados e armazenados em áreas refrigeradas (no caso dos laticínios) e engolidos com água fria (no caso das cápsulas e comprimidos). Isso ajuda a preservar os micro-organismos em vida até que eles cheguem ao intestino.

A suplementação é indicada para todo mundo?

Não. A indicação é para quadros de diarreia, constipação, dores abdominais ou algum tipo de disbiose instalada. Os tratamentos nesses casos duram entre quatro e 12 semanas. Não há evidências científicas apontando a necessidade de uma suplementação permanente.

Pessoas saudáveis podem suplementar?

Sim. Mas, como já mencionado, não precisam. Embora não haja estudos comprovando que a suplementação faça mal quando não é necessária, especialistas concordam que todo cuidado é pouco para não correr o risco de cometer excessos.

Como escolher o melhor probiótico para você?

Como cada organismo é único e os probióticos não são todos iguais, a definição do melhor probiótico deve ser feita por um médico ou nutricionista a partir de exames ou uma análise clínica detalhada.

O olhar do especialista vai verificar, por exemplo, se há algum tipo de distensão abdominal ou deficiência de vitaminas e minerais. Em alguns casos, o sequenciamento genético das bactérias intestinais pode ser solicitado pelo profissional. Assim, é possível descobrir o que é —e se é — preciso ser equilibrado.

Fontes: Anvisa; Magda Rosa Ramos da Cruz, professora do curso de nutrição da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná); Mariana Roselino, professora da Faculdade de Farmácia da UFBA (Universidade Federal da Bahia); Marília Zaparolli, professora do curso de nutriçao da UP (Universidade Positivo).