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Óleo mineral: para que serve, quais os tipos e como usar corretamente

Imagem: iStock

Samantha Cerquetani

Colaboração para VivaBem

05/05/2022 04h00

Você já ouviu falar em óleo mineral? Bastante usado para hidratar a pele e indicado para diminuir a constipação, a substância pode ser ingerida ou aplicada diretamente na pele, de acordo com o tipo.

Há diversos cosméticos e fármacos que contêm o óleo mineral em sua composição. Apesar de ser facilmente encontrado em farmácias, a recomendação é sempre consultar um médico antes de seu uso ou aplicação. Isso porque o óleo mineral é usado há muitos séculos para fins medicinais, porém ainda há poucas pesquisas que comprovem a sua eficácia.

A seguir, você confere as principais dúvidas sobre o óleo mineral.

Para que serve o óleo mineral e como usar

O que é óleo mineral?

O óleo mineral é uma substância obtida a partir do petróleo após destilação e refinamento. Depois de passar pelo processo de purificação, surge um óleo branco, produto quimicamente estável, inodoro, insípido e que possui propriedades laxativas, sendo bastante usado pela indústria alimentícia. Também é chamado de vaselina ou parafina líquida.

Para que serve o óleo mineral e quais os tipos?

Existem dois tipos de óleo mineral: lubrificantes e não lubrificantes. O óleo mineral do tipo lubrificante não possui propriedades alimentícias e é usado pela indústria automotiva como base dos processos e produtos. Já os óleos minerais não lubrificantes são utilizados na indústria alimentícia, produtos farmacêuticos, cosméticos e fármacos.

Basicamente, os lubrificantes atuam como base para motores e engrenagens, enquanto os não lubrificantes são utilizados na composição de cosméticos como hidratantes para cabelos e pele e em formulações tópicas, como bases de pomadas (emolientes e solventes), cápsulas de muitos medicamentos e é usado como laxante.

Quais são os benefícios do óleo mineral?

O óleo mineral é comumente usado para a saúde, principalmente para diminuir alguns problemas de pele e para aliviar sintomas de prisão de ventre.

Vale destacar que, apesar de o óleo mineral ser usado há muitos séculos para fins medicinais, há poucas pesquisas que comprovem a sua eficácia.

A seguir, veja os possíveis benefícios do óleo mineral para a saúde:

  • Efeito laxante

O óleo mineral é bastante usado para combater a prisão de ventre. A substância funciona como um laxante e ajuda o intestino a funcionar melhor. Além disso, atua como um lubrificante, o que torna as fezes mais amolecidas, facilitando a evacuação.

  • Hidrata a pele

O óleo mineral ajuda a hidratar a pele. Muitos cosméticos possuem a substância em sua composição. Sabe-se que o óleo mineral cria uma barreira na pele que mantém a umidade e reduz a perda de água.

Qual a quantidade de óleo mineral recomendada?

Um médico deverá ser consultado para indicar a quantidade adequada, de acordo com o peso e idade do indivíduo. Geralmente, para efeitos laxantes, recomenda-se cerca de 15 ml de óleo mineral, o que equivale a uma colher de sopa por dia, mas a quantidade pode variar.

O óleo mineral ajuda a hidratar a pele?

Sim. O óleo ajuda na hidratação da pele ao formar uma camada oleosa sobre a superfície cutânea. Isso promove uma retenção de água e, por consequência, mantém a pele hidratada.

É perigoso para a saúde?

Na maioria das vezes, o uso do óleo mineral é considerado seguro. No entanto, vale a pena consultar um especialista antes de começar qualquer tratamento.

O óleo mineral não é indicado para pessoas acamadas ou que apresentem tosse, náuseas, vômitos, dificuldade na deglutição, dor abdominal e refluxo gastroesofágico.

Os especialistas consultados por VivaBem não recomendam que crianças menores de seis anos consumam o óleo, uma vez que, em casos raros, pode causar pneumonia lipídica (infecção pulmonar provocada pela aspiração de óleo mineral).

O uso crônico do óleo mineral pode reduzir a absorção de vitaminas lipossolúveis (D, E, K, A), do cálcio, e de alguns medicamentos, como é o caso de anticoagulantes.

Sobre o uso tópico, quando aplicado em dias de calor, pode causar acne. Já as grávidas e lactantes não devem usar o óleo mineral sem indicação médica. Além disso, ele não deve ser inalado.

O óleo mineral pode ser usado em bebês?

O óleo mineral pode ser usado para hidratação cutânea, prevenção de assaduras e retirada de crostas no couro cabeludo dos bebês.

Mas, vale reforçar que o óleo mineral não deve ser ingerido por crianças pequenas, a indicação é aplicar diretamente na pele.

Existem fórmulas de óleo mineral no mercado direcionadas para hidratação da pele dos bebês. Em casos muito raros, pode desencadear uma reação alérgica.

O uso de óleo mineral provoca efeitos colaterais?

Em alguns casos, o óleo mineral pode causar diarreias, náuseas, vômitos, distensão abdominal, gases, cólicas, inflamação no reto, reduzir a absorção das vitaminas lipossolúveis e pneumonia lipídica.

Qualquer sintoma ou reação adversa deve ser comunicada ao médico para avaliar a necessidade de suspender o uso de óleo mineral.

Existe algum óleo mineral laxante?

Sim. O óleo mineral ao ser ingerido chega ao intestino e forma uma película na parede intestinal, o que provoca o efeito laxativo.

Geralmente, o óleo mineral trata a constipação em doses de 15 a 45 ml. Como laxante e lubrificante, ele reveste o intestino e a massa fecal com um filme impermeável que retarda a absorção de água, levando à retenção de umidade nas fezes.

Isso amolece as fezes, facilitando sua passagem. Por conta disso, ajuda a combater a prisão de ventre temporariamente.

O óleo mineral causa câncer?

Não há pesquisas que apontem que o óleo mineral cause câncer. Há alguns relatos que mostram que os trabalhadores expostos à substância com frequência podem desenvolver câncer de pele.

Fontes

Marcelo Nakamura, dermatologista do Hospital Japonês Santa Cruz (SP); Andréia Sheila Ferreira, nutricionista que atua em Salvador (BA); Luana Aparecida de Lima Ramaldes de Oliveira, endocrinologista do Ama (Assistência Médica Ambulatorial) Capão Redondo (SP), gerenciado pelo Cejam (Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim) e Iara Nogueira, farmacêutica do HU-UFMA (Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão), que faz parte da rede Ebserh.

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