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Ginkgo biloba: para que serve a planta, como tomar e quais os riscos

Imagem: iStock

Samantha Cerquetani

Colaboração para VivaBem

04/07/2022 04h00

Poucos fitoterápicos são tão conhecidos quanto o ginkgo biloba. Frequentemente, ele é usado para ajudar na memória, prevenir o Alzheimer, tratar labirintite e favorecer o emagrecimento. No entanto, são poucos os benefícios que possuem comprovação científica.

Porém, o extrato de ginkgo biloba é rico em diferentes princípios ativos que contribuem com a saúde, como os antioxidantes. Mesmo assim, deve ser utilizado sob prescrição e orientação médica. Geralmente, ele é consumido na forma de chá ou extrato em cápsulas.

Considerado um fóssil vivo, pois existe há aproximadamente 200 milhões de anos, essa espécie foi descoberta pelo médico alemão Engelbert Kaempfer, em 1690. Mas ganhou a atenção da ciência após a Segunda Guerra Mundial, uma vez que sobreviveu às explosões das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Pela sua imensa resistência, tornou-se, no Japão, o símbolo da paz e da longevidade.

A seguir, confira o que é o gingko biloba, para que serve e se há contraindicações.

Ginkgo biloba: para que serve, como tomar e riscos

O que é ginkgo biloba?

O ginkgo biloba é uma planta medicinal de origem asiática. Sua árvore pode atingir 40 metros de altura e possui uma estrutura bastante característica, com as folhas em formato de leque.

O extrato dessas folhas é rico em diferentes princípios ativos importantes para a saúde, como antioxidantes e também contém propriedades anti-inflamatórias. Por conta disso, contribui com a saúde.

Para que serve?

Se usado adequadamente, o ginkgo biloba pode contribuir com diversos benefícios para a saúde. Lembrando que ainda faltam pesquisas científicas que comprovem os efeitos da planta medicinal no organismo. Entre as vantagens do uso de ginkgo biloba, podemos citar:

  • É fonte de antioxidante

Possui compostos antioxidantes que neutralizam os efeitos nocivos dos radicais livres. Sendo assim, ajuda a combater o envelhecimento das células, diminui o risco de doenças degenerativas e melhora o sistema imunológico e cardiovascular.

  • Combate inflamação

Alguns estudos, realizados em animais e em tubos de ensaio, mostram que o extrato de ginkgo biloba reduz as inflamações do organismo. Portanto, é benéfico para quem tem artrite, por exemplo.

  • Melhora a circulação

O uso de ginkgo biloba costuma aumentar o fluxo sanguíneo e promover a dilatação dos vasos sanguíneos. Dessa forma, ele é benéfico para doenças relacionadas à má circulação, como trombose.

  • Faz bem ao cérebro

Como o ginkgo biloba melhora a circulação sanguínea, ele aumenta a disponibilidade de oxigênio no cérebro, ajudando a melhorar o rendimento desse órgão e a concentração. Por conta desses mesmos efeitos, ele ajuda a evitar danos aos neurônios, combatendo a perda de memória e atuando na prevenção do Alzheimer.

  • Pode melhorar a saúde cardiovascular

Por aumentar o fluxo sanguíneo, o ginkgo biloba também pode ser benéfico para o coração. Isso porque afasta o risco de infartos e AVCs (Acidente Vascular Cerebral).

  • Reduz a ansiedade e estresse

Um estudo realizado com 170 pessoas que tinham ansiedade generalizada e usaram ginkgo biloba apontou uma redução nos sintomas ansiosos. Além disso, devido às suas propriedades anti-inflamatórias, o ginkgo biloba melhora a capacidade do corpo de lidar com os níveis elevados do hormônio que causa o estresse.

  • Trata dores de cabeça

O ginkgo biloba é usado na medicina tradicional chinesa como tratamento popular para dores de cabeça e enxaqueca. O benefício ocorre por conta dos efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes presentes na planta medicinal. Além disso, ajuda a diminuir o estresse e aumenta o fluxo sanguíneo, o que melhora os sintomas.

  • Diminui labirintites e tonturas

Outro benefício do ginkgo biloba é ajudar a combater sintomas de tontura ou perda de equilíbrio, provocadas pela labirintite (inflamação no labirinto, que é uma região do ouvido interno). Isso porque melhora a circulação sanguínea da parte interna do ouvido.

Como tomar ginkgo biloba?

O ginkgo biloba pode ser encontrado em forma de cápsulas, comprimidos e/ou solução oral preparados com extrato padronizado, com prescrição médica. Também é possível preparar um chá com as folhas secas, mas os especialistas não recomendam esta forma de consumo.

Geralmente, é vendido em cápsulas, tanto manipuladas quanto industrializadas. Para melhorar as funções cognitivas, a dose indicada varia de 120 a 240 mg de extrato seco, de uma a quatro vezes ao dia, para os adultos. Já para os idosos, a dose recomendada é de 40 a 120 mg de extrato seco, três vezes ao dia.

Ginkgo biloba serve para labirintite?

A labirintite é o nome popular para os transtornos do labirinto (estrutura do ouvido). Ocorre quando há uma inflamação do ouvido interno. O ginkgo biloba é indicado para diminuir os sintomas do problema de saúde, já que melhora a circulação sanguínea.

No entanto, é fundamental ir ao médico para ter o correto diagnóstico e para que ele indique o tratamento mais adequado.

Ginkgo biloba emagrece?

Apesar de ser amplamente consumido para emagrecer, não há comprovação científica de que o ginkgo biloba contribua com a perda de peso. Por melhorar sintomas de algumas doenças, pode ajudar indiretamente ao dar mais disposição para a atividade física, por exemplo.

Vale destacar que o processo de emagrecimento é complexo e exige mudanças de hábitos alimentares e incluir os exercícios físicos na rotina. Não há nenhuma substância que possa ajudar no emagrecimento de forma isolada.

Ginkgo biloba faz efeito em quanto tempo?

Não há uma resposta padrão. O tempo para que a substância tenha efeito varia de pessoa para pessoa. Também depende muito da indicação terapêutica, da evolução do quadro e da quantidade recomendada.

De qualquer maneira, o uso deve ser contínuo, obedecendo à dose diária recomendada, com os primeiros efeitos aparecendo após semanas de uso, tempo que varia de duas até 12 semanas.

Gingko biloba dá sono?

Uma das principais dúvidas sobre o ginkgo biloba é se ele induz o sono, ajudando assim nos quadros de insônia. Não há comprovação científica sobre os benefícios da planta medicinal para melhorar a qualidade do sono.

Mas sabe-se que o ginkgo biloba ajuda pessoas que têm dificuldades para dormir sem interrupções, ou seja, acordam com frequência. Além de reduzir a ansiedade, o que ajuda a ter um sono de qualidade.

Como fazer o chá de gingko biloba?

Além das cápsulas, o gingko biloba é geralmente vendido em folhas secas. Para preparar o chá, basta deixar a água ferver e adicionar as folhas secas. O ideal é deixar ferver por mais 5 minutos. Após esse tempo, desligue o fogo e tampe a panela. Por fim, é necessário coar. Pode ser servido quente ou frio.

Mas vale destacar que seu uso como chá não é recomendado pelo Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira. Isso porque com frequência são relatados efeitos adversos quando são utilizadas partes da planta fresca ou seca, que não passaram por um processo adequado e seguro de remoção de substâncias tóxicas existentes na espécie.

Portanto, vale a pena verificar com um profissional de saúde quais são os riscos e indicações antes de ingerir o chá de ginkgo biloba.

Quais são os efeitos colaterais?

Em geral, os efeitos colaterais do ginkgo biloba se relacionam com o aparelho digestivo, ocorrendo distúrbios gastrointestinais.

Também pode ocorrer cefaleia (dor de cabeça) e reações alérgicas cutâneas, como aumento da circulação sanguínea em determinado órgão e/ou região do corpo, inchaço e prurido. Também há relatos de enjoos, palpitações, hemorragias e queda na pressão sanguínea.

É importante salientar que o ginkgo biloba é contraindicado para menores de 12 anos, grávidas, lactantes e pessoas com histórico de hipersensibilidade a qualquer um dos componentes de sua fórmula.

Já quem possui algum problema de coagulação ou necessita de medicamentos anticoagulantes deve consultar um especialista antes de usar o ginkgo biloba.

Fontes

Laísa Fontinele, farmacêutica do Hospital Universitário da UFPI (Universidade Federal do Piauí); Legiane Rigamonti, colaboradora técnica do CRN-3 (Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região) e Gustavo Gonçalves Louzano, nutrólogo do Hospital Edmundo Vasconcelos.

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