O futuro da impressão 3D na medicina é a bioimpressão, ou seja, a produção de órgãos a partir de células biológicas (em vez de material sintético). Eles funcionariam em nosso organismo e poderiam ser utilizados em transplantes, acabando com as longas filas de espera. Também substituiriam cobaias animais e humanas em ensaios clínicos e em testes da indústria farmacêutica e cosmética.
Apesar de ainda faltar bastante para a bioimpressão virar uma realidade a ser aplicada no corpo humano, várias pesquisas vêm sendo feitas no Brasil e no exterior e há muitas descobertas e resultados positivos.
Cientistas da Newcastle University, no Reino Unido, conseguiram reproduzir pela primeira vez uma das seis camadas de córneas humanas a partir de células-tronco de um doador. O procedimento foi concluído em uma impressora simples e levou dez minutos. O avanço representaria uma esperança para aproximadamente 15 milhões de pessoas que necessitam de transplante de córnea no mundo.
No ano passado, cientistas da Universidade Carlos 3º de Madri, na Espanha, apresentaram um implante de pele semelhante ao natural, com todas as camadas que compõem o órgão. Antes disso, pesquisadores da Northwestern University, nos Estados Unidos, já tiveram sucesso na criação de um suporte celular (scaffold) com biomaterial. Ele foi semeado e implantando em uma membrana vazia de ovários de ratos, que puderam gerar filhotes.
Portanto, num futuro talvez não tão distante, a tecnologia 3D que hoje é usada para fazer pingentes de fetos que --e para procedimentos muito mais importantes, claro -- vai de alguma forma contribuir para o nascimento de bebês de verdade. É aguardar para ver. Ou melhor, para imprimir.