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Aprender sempre

É preciso manter cérebro e corpo ativos para conquistar uma vida plena na maturidade

oferecido por Selo Publieditorial

Até poucas décadas atrás, acreditava-se que o cérebro humano não era capaz de formar sinapses e de se desenvolver na vida adulta. O envelhecimento era diretamente associado à atrofia cerebral e perda de neurônios.

"Hoje, sabemos que nós nunca deixamos de fazer conexões cognitivas, e que nosso cérebro é capaz de aprender e de crescer em qualquer idade", afirma a especialista em saúde pública e coordenadora da atenção à saúde do idoso, Karla Giacomin. A médica foi uma das palestrantes do XIV Fórum da Longevidade Bradesco Seguros, que reuniu especialistas nacionais e estrangeiros para debater o tema "Aprendizagem ao longo da vida".

O assunto é de extrema importância, especialmente em um momento de transformação da sociedade e de aumento significativo da expectativa de vida.

É preciso ter em mente que já são 25 milhões de brasileiros acima de 60 anos, e que, em três décadas, essa faixa da população brasileira será maior do que a população jovem. Boa parte desses adultos não está conseguindo se planejar satisfatoriamente para uma aposentadoria com qualidade de vida e sustentabilidade financeira.

É o que mostra a segunda edição da Pesquisa Longeratividade, realizada pelo Instituto de Pesquisa Locomotiva em parceria com a Bradesco Seguros: apenas 37% dos "grey power" se declaram satisfeitos com sua vida financeira. "Cerca de 80% dos entrevistados com até 49 anos imaginam que, na aposentadoria, terão uma condição financeira mais confortável do que a que têm hoje. No entanto, 72% dos participantes acima dos 50 anos acreditam ter hoje uma condição menos confortável", observa o presidente do Instituto, Renato Meirelles, que apresentou o levantamento.

Para o economista e palestrante Marcos Silvestre, "a gente tende a subestimar o quanto precisa de reserva para uma aposentadoria". E ressalta a importância de começar a planejar cedo.

Nunca é tarde para começar, e é preciso buscar informação constantemente, para ir ajustando as contas.

Marcos Silvestre

Mercado em transformação

Quem chega aos 50 ou 60 anos sem sustentabilidade financeira vai encarar um mercado de trabalho cada vez mais acirrado. "Quem não investir na própria saúde e não tiver conhecimentos nessa era de explosão de tecnologia, como estamos vivendo, não será empregável. E isso terá repercussão para o desempregado, para a família, para a comunidade e para quem recebe os impostos que seriam gerados caso essa pessoa estivesse ativa", lembra o médico e gerontólogo Alexandre Kalache, consultor do Grupo Bradesco Seguros para assuntos relacionados à longevidade. "É preciso ser aprendiz ao longo da vida, aprender a aprender sempre."

O impacto das mudanças tecnológicas no mercado de trabalho foi claramente desenhado pela palestrante Alessia Forti, economista da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), especialista em educação continuada.

As profissões e ocupações estão mudando muito rápido. Daqui a alguns anos, 14% dos empregos vão desaparecer por conta da automação e 32% deles terão suas características modificadas. As pessoas estão sendo confrontadas com novas tecnologias no trabalho e precisam estar preparadas para elas.

Alessia Forti

De acordo com a OCDE, há três áreas de ação principais para mudar esse cenário:

  • 1

    Aprendizado e Treinamento

    Assegurar oportunidades de aprendizado e treinamento de pessoas mais velhas, provendo incentivos financeiros, cursos gratuitos, dedução de taxas e subsídios.

  • 2

    Incentivos Fiscais

    Oferecer incentivos fiscais também para as empresas que estiverem abertas a treinar e a contratar profissionais maduros. "Vários países estão implementando subsídios e redução de taxas e impostos para empresas com foco em capacitação, contratação e extensão do tempo de carreira de funcionários de meia idade", diz Alessia.

  • 3

    Reconhecimento

    Reconhecer e valorizar a experiência adquirida por esses profissionais, por meio de certificados. "São pessoas que muitas vezes não têm a qualificação formal, mas adquiriram habilidades por meio de sua experiência no trabalho. Um sistema de reconhecimento seria particularmente importante nesses casos."

Além de incentivos fiscais a empresas, também é preciso ressaltar para os empregadores as vantagens de absorver essa parcela de profissionais.

"Estamos tentando romper o estigma relacionado à idade, mostrando o valor dos trabalhadores mais velhos e o tanto que eles podem acrescentar às empresas por oferecerem algo que os jovens não têm: experiência", afirma o empresário Tim Driver, criador da RetirementJobs, primeira plataforma de recolocação de profissionais acima dos 50 anos.

Outra vantagem ressaltada por Tim, que já que recolocou mais de 200 mil pessoas acima de 50 anos no mercado de trabalho norte-americano, é o baixo turnover dessa faixa etária: cerca de um terço da rotatividade entre profissionais abaixo dos 50 anos. A médica Karla Giacomin destaca ainda o equilíbrio que um profissional sênior pode agregar à equipe:

Graças à experiência acumulada, são geralmente profissionais mais pacientes, que dão conta de mediar conflitos.

Karla Giacomin

A pesquisa "Longeratividade" também traz um dado interessante referente à relação entre jovens e maduros: enquanto apenas 19% dos adultos com mais de 60 anos se inspiram ou têm como referência de vida pessoas mais jovens que eles, o número de jovens que têm como referência pessoas mais velhas corresponde a 81% dos entrevistados.

Combate ao estigma

Quando iniciou o projeto Universidade Amiga do Idoso, em 2012, na Dublin City University, na Irlanda, a educadora Christine O'Kelly se deparou com reações inesperadas. Apesar da curiosidade dos mais velhos pela universidade, poucos se sentiam no direito de usufruí-la.

"Muitos tiveram experiências educacionais ruins, outros achavam que não eram bons o suficiente para entrar na universidade", diz Christine. Havia ainda os que acreditavam não ter nada a contribuir, e até quem tivesse medo do que os amigos e familiares iriam pensar.

Foi preciso mudar essa mentalidade e mostrar que eles tinham muito a acrescentar ao ambiente acadêmico. Uma prova dessa contribuição, conta Christine, é o fato de que os jovens continuam a fazer mentoria dos alunos mais velhos mesmo quando não há créditos estudantis em troca.

Além disso, destaca Christine, os alunos mais velhos ajudam a desafiar os estereótipos:

Precisamos de integração e ter pessoas mais velhas em sala com os mais jovens, permitir esse diálogo intergeracional. Os mais jovens veem os mais velhos como alunos, e os mais velhos encontram no jovem um desafio. É importante que eles se encontrem e se aceitem. É interessante conhecer pessoas novas e fazer novos amigos.

Christine O´Kelly

Hoje, a Universidade Amiga do Idoso conta com mais de 800 participantes, que podem fazer módulos como ouvintes ou criar um programa customizado para receber o crédito. O programa atende cerca de dois mil alunos por ano e já migrou para mais de 50 universidades espalhadas pela Europa, América do Norte e Sudeste Asiático.

Exercícios para corpo e mente

Uma das formas mais eficientes de manter o cérebro funcionando e aprendendo é praticar alguma atividade física. "O exercício mexe com todos os mecanismos favoráveis ao aprendizado: melhora a oxigenação e a circulação sanguínea, estimula o desenvolvimento de novos neurônios e cansa o corpo, que dorme melhor", destaca Karla.

A médica ressalta, ainda, a socialização como um ponto positivo extra. Ela faz apenas uma ressalva: "É preciso escolher uma atividade que dê prazer, não só porque o prazer favorece a adesão à prática, mas também porque deixa a gente mais feliz, até do ponto de vista químico".

Já para ajudar a preparar o cérebro para se concentrar e reter melhor o aprendizado, o especialista em aprendizagem cognitiva e emocional Gil Sant'Anna mostrou no evento as vantagens da prática do mindfulness, especialmente para a faixa etária acima dos 50 anos.

Há estudos que comprovam que a meditação reduz os níveis de estresse e de depressão e auxilia no tratamento de doenças como demência e Alzheimer, além de ser uma ótima ferramenta para aumentar o foco e a concentração.

Gil Sant´Anna

Outra vantagem é que, como ativa o sistema parassimpático, o praticante fica mais calmo e relaxado, o que ajuda a baixar os batimentos cardíacos e a pressão arterial.

O XIV Fórum da Longevidade Bradesco Seguros aconteceu em São Paulo, no dia 12 de novembro, com transmissão ao vivo pelo UOL, reunindo um time de especialistas nacionais e estrangeiros que estão mudando a forma como vemos o amadurecimento.

O Fórum faz parte de um amplo conjunto de iniciativas do Grupo Bradesco Seguros sobre o tema, que podem ser conhecidas no Portal Viva a Longevidade. Nele, o usuário encontra matérias, podcasts, pesquisas, relatórios, vídeos, galerias, testes e simuladores, além de colunas de especialistas sobre os quatro pilares da longevidade: bem-estar, conhecimento, convivência e finanças.

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