Plantas que acalmam
Saiba tudo sobre calmantes fitoterápicos e descubra o que eles podem fazer pelo seu sono e bem-estar
Você sabe o que significa medicamento fitoterápico? O termo reúne duas palavras: fito (planta) e terapia (tratamento). Ou seja, estamos falando de substâncias derivadas de plantas medicinais, indicadas para diversos fins.
Os fitoterápicos são um recurso cada vez mais usado contra a ansiedade (1),(2), por exemplo. Trata-se de um mal que afeta 18 milhões de brasileiros, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (3), e se agravou bastante durante a pandemia do novo coronavírus. Pesquisa realizada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) mostra que os casos de ansiedade entre brasileiros, causados pela insegurança financeira e pelo distanciamento social, aumentaram até 80% no período da quarentena. (4)
Mesmo com sua eficácia comprovada, os calmantes fitoterápicos ainda geram muitas dúvidas. Confira o que é verdade e o que é fake news para usá-los em segurança:
Fitoterápico e planta medicinal é a mesma coisa?
De forma alguma. Plantas medicinais têm efeitos reconhecidos e transmitidos pela sabedoria popular, mas são retiradas da natureza na sua forma bruta e usadas geralmente no preparo de infusões - é preciso conhecê-las muito bem para administrá-las do jeito certo, não confundir variedades e não errar nas dosagens.
Já os medicamentos fitoterápicos passam por inúmeros testes e têm eficiência comprovada cientificamente. Manipulados em laboratórios especializados, os princípios ativos das plantas viram soluções, ampolas, cápsulas ou medicamentos em pó, comercializados em embalagens que devem conter o número de registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). (5)
Todo esse processo assegura que os produtos têm dosagem padronizada, garantindo segurança no uso.
Quais são os principais calmantes fitoterápicos em uso no Brasil?
Entre os mais usados estão a passiflora incarnata (maracujá) (2), a melissa, a camomila, a erva-de-são-joão (hipérico) e a valeriana. Todas contêm substâncias que atuam no sistema nervoso central e produzem efeito sedativo, ajudando a relaxar e a dormir melhor. São indicadas para casos de intensidade leve a moderada, como estados de irritabilidade, agitação nervosa e insônia.
O uso de calmantes fitoterápicos provoca algum tipo de efeito colateral?
Como a concentração dos princípios ativos é menor, comparada à dos medicamentos alopáticos, o risco também é muito mais baixo. Os resultados costumam demorar um pouco mais para ser notados, mas os efeitos adversos, como sono e dependência, também costumam ser mais brandos, afetando muito pouco a rotina.
Posso tomar calmantes fitoterápicos à vontade?
Não. Medicamentos à base de plantas não são inofensivos e sua administração exige cautela. É preciso ler atentamente a bula, respeitar as dosagens recomendadas e evitar a interação medicamentosa - calmantes fitoterápicos combinados a outras drogas (fitoterápicas ou alopáticas), ou mesmo a bebidas alcoólicas, podem ter seu efeito anulado ou potencializado, causando sonolência excessiva, por exemplo. Também não é indicado o consumo por período superior a três meses.
Referências Bibliográficas
1. Faustino TT, Almeida RB, Andreatini R. Plantas medicinais no tratamento do transtorno de ansiedade generalizada: uma revisão dos estudos clínicos controlados. Rev. Bras. Psiquiatr. 2010; 32(4): 429-436.
2. Akhondzadeh S, Naghavi HR, Vazirian M, Shayeganpour A, Rashidi H, Khani M. Passionflower in the treatment of generalized anxiety: a pilot double-blind randomized controlled trial with oxazepam. J Clin Pharmacol Ther. 2001;26(5):363-7.
3. World Health Organization. Depression and other common mental disorders: global health estimates. Geneva; 2017.
4. Garcia R, Alfano B. O Globo. Ansiedade e depressão duplicaram em um mês de quarentena, sugere pesquisa [acesso em 30 abril de 2020]. Disponível em: https://oglobo.globo.com/sociedade/coronavirus/ansiedade-depressao-duplicaram-em-um-mes-de-quarentena-no-brasil-sugere-pesquisa-24396239.
5. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Consolidado de normas de registro e notificação de fitoterápicos. Brasília (DF); 2018.
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