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Verônica Laino

Maca peruana: veja para que serve e para quem é indicada

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Colunista do UOL

10/08/2021 04h00

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Você já ouviu falar da maca peruana? Ela era muito utilizada pelo povo inca —há relatos de mais de 2.000 anos — e existem aproximadamente 13 tipos, que se dividem conforme a coloração: amarela, roxa, branca, cinza, preta etc. Ela se tornou popular pois muitas pessoas a classificam como um superalimento, já que tem várias funcionalidades.

Eu particularmente não gosto muito do termo superalimento, pois todos os legumes, verduras, frutas, grãos e leguminosas têm diversas funcionalidades também. Agora, o que não podemos negar é que a maca peruana é um excelente suplemento que pode fazer a diferença na sua rotina.

Nutricionalmente. ela é bem interessante, pois possui aminoácidos (que utilizamos para formar nossos músculos, por exemplo), contém cálcio, que ajuda a deixar os osso fortes, ferro, que auxilia no tratamento da anemia, além de magnésio e zinco, que são importantes para melhorar nossa imunidade.

Maca - José Cáceres - José Cáceres
Imagem: José Cáceres

A Maca Peruana é muito associada à fertilidade. Seus compostos bioativos têm ação antioxidante que neutraliza os radicais livres, que por sua vez ajudam a estimular a produção de sêmen e também ajudam na movimentação dos espermatozoides. Já para as mulheres, a planta parece melhorar a libido e reduzir os sintomas de ansiedade, muito frequentes em que está tentando engravidar.

Muitas pessoas acham que a maca tem poder de aumentar a produção hormonal, no entanto estudos mostraram que ela pode até ajudar a equilibrar os hormônios como testosterona, estrogênio e progesterona, mas de forma bem leve. Ao ser testada em mulheres pós-menopausa, por exemplo, as mudanças hormonais praticamente não foram importantes, entretanto foram observadas uma redução nos sintomas de depressão e melhora nos níveis de pressão arterial, que são sintomas comuns pós-menopausa.

Para quem sofre com diabetes, a maca peruana pode ser uma boa aliada. Ela ajuda no controle e na liberação da glicose no nosso organismo, por ser uma raiz rica em fibras, por isso é muito indicada para pacientes com diabetes do tipo 2. Estudos mostraram que o consumo de 4 a 6 g por dia pode reduzir em 20% a 37% as taxas de glicose sanguínea. O ideal é consumir a maca junto com a principal refeição —por ser em forma de pó ela pode ser "polvilhada" por cima da comida, como se fosse uma farinha.

Maca peruana - iStock - iStock
Imagem: iStock

Outro ponto positivo das fibras presentes na raiz é fornecer sensação de saciedade. Uma boa saída para pessoas que estão em reeducação alimentar e chegam em casa morrendo de fome no fim do dia é fazer um suco com maca. Isso vai dar uma sensação de saciedade e dará tempo para preparar o jantar e evitar beliscos fora de hora.

A maca peruana também contém fitoesterol, que é uma substância gordurosa semelhante ao colesterol, porém ela acaba competindo com o colesterol da dieta, reduzindo a sua absorção pelo intestino. O reflexo disso é uma redução nos níveis de colesterol no sangue, em especial o LDL, popularmente conhecido como "colesterol ruim".

Agora é preciso ficar atento, pois a maca não pode ser utilizada por qualquer pessoa, afinal não temos estudos com mulheres grávidas, lactantes, pessoas com qualquer doença hormônio sensível, como câncer, endometriose, síndrome do ovário policístico, fibrose uterina, entre outros, por isso é muito importante consultar seu nutricionista antes do uso diário.

Por ser um pó, sua utilização é bem versátil e pode ser usado em preparos simples, como em bolos, substituindo uma parte da farinha por ela. Em bebidas como sucos, vitaminas e smoothies, é só acrescentar uma colher antes de bater a bebida no liquidificador. Por cima das frutas e da comida, como se fosse uma aveia ou farinha, por exemplo. Dá até para acrescentar em pastas de oleaginosas ou amendoim, aumentando assim o volume destas preparações.