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Por que você não deve escolher alimentos somente pelas calorias
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"Isso é muito calórico, será que posso comer?" Você já se fez essa pergunta ou deixou de comer algo por julgar apenas a quantidade calórica de um alimento?
De fato, uma parte do nosso corpo e do nosso metabolismo responde ao total de caloria diária ingerida, mas temos um outro lado que depende da qualidade daquilo que comemos.
Ao pensarmos em adequação calórica, estamos falando sobre o conceito de equilíbrio de nutrientes, que se fundamenta essencialmente a partir da Lei de Conservação da Massa, representada pela relação entre o consumo do nutriente e a sua utilização no corpo, o que impacta na alteração das nossas reservas corporais.
A consequência desta reação pode resultar em três desfechos:
Equilíbrio zero: existe uma compatibilidade entre a utilização e a reserva de calorias, que permanecem constantes. O resultado normalmente se expressa na condição de manutenção do peso corporal e das reservas de nutrientes;
Equilíbrio positivo: o aporte de calorias excede a utilização e os reservatórios de energia (gordura) aumentam, tendo como consequência o ganho de peso corporal;
Equilíbrio negativo: a utilização de calorias excede o aporte e as reservas de energia são exauridas; por consequência aparecem as deficiências como hipovitaminoses, anemias, entre outros.
Porém, nutrição não é matemática pura. Não podemos pensar só nas calorias de um alimento. A qualidade faz toda a diferença e esta qualidade é advinda da quantidade de vitaminas e minerais que cada alimento fornece. É o velho exemplo: para nosso corpo, 100 calorias de brigadeiro não são iguais a 100 calorias de morango, que oferece muito mais vitaminas e minereis —nunca é demais lembrar que esses micronutrientes não têm calorias e ajudam em todas as reações que ocorrem em nosso corpo, por esse motivo são essenciais!
Vamos deixar o nosso raciocínio mais claro? Observe a composição nutricional de 50 gramas (aproximadamente duas colheres de sopa) do arroz branco e do integral:
Na tabela, embora não fique tão evidente a diferença entre as calorias dos alimentos, vale o raciocínio que prioriza a qualidade do alimento. Observe que embora as calorias por porção do arroz integral e do arroz branco sejam similares, o arroz integral vale mais a pena, pois é mais nutritivo. Observe:
1. Embora o arroz integral tenha mais gorduras, o que num primeiro momento pode ser um fator para você não comprar o alimento, este acréscimo veio a partir de gordura monoinsaturada e poliinsaturada, ou seja, aquelas gorduras associadas à boa saúde cardiovascular, proteção dos quadros de inflamação e de inflamação do sistema nervoso central; também bastante associada à prevenção de envelhecimento.
2. A quantidade de fibra alimentar, essencial para a saciedade e para a redução nos níveis de glicose sanguínea e colesterol, é visivelmente superior no arroz integral, valendo a pena a escolha por este alimento;
3. O magnésio é um mineral que desempenha muitas funções: preservação e integridade muscular e cardíaca, melhora da imunidade e do controle alimentar —a substância é visivelmente superior no arroz integral.
Outro exemplo bastante cotidiano está na comparação entre o suco de frutas (laranja, por exemplo) e os refrigerantes dietéticos. Em cada 100 ml de um suco natural de laranja encontramos 40 calorias a mais que num refrigerante zero (sem calorias). Mas o que faz com que o suco seja a melhor opção, na maior parte dos casos?
Enquanto o refrigerante é zero em quase todos os nutrientes, exceto o sódio e o fósforo, o suco é mais concentrado em potássio, vitaminas do complexo B e vitamina C, sendo mais nutritivo e com maior contribuição para a saúde.
Esse raciocínio precisa ser uma constante na sua vida. Olhe atentamente o que consome, faça a leitura de rótulos e expanda o seu campo de visão, não se limitando apenas À caloria, mas também ao aspecto nutricional como um todo.
*Colaboração da nutricionista comportamental Samantha Rhein (Unifesp).
Referências:
Silvia M. Franciscato Cozzolino. Biodisponibilidade dos Minerais. R. Nutr. Campinas, 10(2): 87-98, jul./dez., 1997.
MJ. Gibney e IA. Macdonald, 2006. In: Nutrição & Metabolismo, editado por Michael J Gibney, Ian A Macdonald e Hellen M. Roche.
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