Seu corpo indica deficiência de vitaminas e minerais: aprenda a identificar
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Na correria do dia a dia, fica cada vez mais difícil olhar para as nossas necessidades nutricionais reais e, com isto, acabamos não percebendo alguns sinais que o corpo sutilmente nos envia sobre a sua condição de saúde.
A pele mais ressecada, o cabelo opaco e quebradiço, aquele cansaço que não passa... Estas manifestações podem acontecer por conta de alguma carência nutricional específica e por isso é importante o olhar sempre atento para estas manifestações.
Caso você já tenha se consultado com algum nutricionista, lembre-se de que durante a avaliação este profissional realizou um exame físico detalhado em alguns pontos específicos do seu corpo, com o objetivo de rastrear possíveis carências, mas é interessante você aprender a identificar estes sinais sem se esquecer de que deve procurar ajuda profissional, para uma orientação mais individualizada.
O exame mencionado acima é realizado de forma sistemática e progressiva, a partir da cabeça até a região plantar (pés), iniciando pelo cabelo, seguido dos olhos, narinas, face, lábios, dentes, língua, abdome, unhas, região palmar e inferiores como o tornozelo, por exemplo. Te convido agora a fazer um "escaneamento" de seu corpo observando alguns dos sinais pontuais de mais fácil percepção.
Como está o brilho do seu cabelo? Ultimamente percebe que está mais fraco, quebradiço e opaco? Muitas podem ser as causas, desde as emocionais, genéticas e até uma simples troca de xampu, creme ou tintura, porém a carência de alguns nutrientes como proteínas, zinco e vitaminas que desempenham função antioxidante como a E e C podem estar envolvidos com a perda de força e vitalidade dos fios.
Os seus olhos estão dizendo o que sobre a sua saúde? Percebe alguma placa amarela levemente amolecida na região das pálpebras —chamamos de xantelasma e não é contagioso, mas pode associar-se com o aumento nos níveis de colesterol e, consequentemente, do risco cardiovascular. Observe também se a área ao redor de seus olhos está escurecida, como uma olheira e com um leve inchado —se você respondeu sim e percebe-se com sinusite, ou sintomas parecidos com rinite alérgica, esta manifestação pode associar-se a infecções respiratórias e muitas vezes tem algum alimento como causa. O aspecto escurecido ao redor dos olhos demonstra falta de vascularização, mas também poucas horas de sono e cansaço extremo —a avaliação profissional é essencial para esclarecer a real causa e a orientação sobre o tratamento necessário.
Outro local bastante estudado na Medicina Tradicional Chinesa e que devemos observamos com atenção é a língua. A presença de saburra (língua esbranquiçada, como se fosse uma camada espessa sobre ela) pode associar-se ao quadro de disbiose intestinal (alteração da composição e proporção de bactérias intestinais), e acarreta, entre outros problemas, a redução na absorção de nutrientes, alterações hepáticas, vulnerabilidade imunológica, entre outros. O consumo de alimentos ultraprocessados, gordurosos e com excesso de açúcares, conservantes e aditivos conjuntamente a falta de verduras, legumes e frutas no prato são alguns dos fatores dietéticos que favorecem o desenvolvimento desta alteração.
Observe agora a sua pele: ela tem um aspecto ressecado ou não? Fica craquelada e se você fizer pequenos beliscões demora para voltar ao seu estado inicial, ou seja, sem tonicidade? Se a resposta foi sim, talvez precise de uma atenção especial a quantidade de água que está tomando diariamente. A necessidade hídrica varia de pessoa para pessoa respeitando idade, composição corporal, condição de saúde, mas, no geral, ao tomarmos 2 litros diários conseguimos manter a nossa hidratação. Caso tenha dificuldade, como sugestão, distribua gradativa e continuamente pequenos volumes durante o dia, até se condicionar e emplacar este hábito. Atenção especial com o consumo dos alimentos fontes de vitaminas do complexo B também é necessária.
A lista abaixo pode te ajudar, já que traz as principais fontes de cada um dos nutrientes descritos na matéria. Tenha sempre uma alimentação diversificada e não se renda a práticas alimentares restritivas buscando uma condição de saúde que dificilmente irá alcançar dessa forma.
- Proteínas: carnes, peixes, aves, leite e derivados. Leguminosas como feijão, lentilha e soja.
- Zinco: carnes, peixes, miúdos, frutos do mar, cereais integrais.
- Vitamina E: gérmen de trigo, óleos vegetais, castanhas, nozes, macadâmias e demais oleaginosas.
- Vitamina C: frutas frescas e preferencialmente cítricas como acerola, laranja, caju, goiaba, kiwi, morango.
- Vitamina B1 (Tiamina), Vitamina B2 (Riboflavina), Vitamina B3 (Niacina): carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados. Vegetais (deixe-os al dente, cozinhando o mínimo possível para reduzir as perdas durante o preparo).
*Colaboração da nutricionista comportamental Samantha Rhein (Unifesp).
Referências:
- Cardoso, M.A. Nutrição e Metabolismo: Nutrição Humana. Ed Guanabara Koogan.
- Cozzolino, Silvia M. Franciscato. Biodisponibilidade de Nutrientes. Ed Manole, 4ª ed, 2012.
- SAMPAIO, L.R., org. Avaliação nutricional [online]. Salvador: EDUFBA, 2012, 158 p. Sala de aula collection. ISBN: 978-85-232-1874-4.
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