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Estudo aponta relação entre obesidade e câncer de mama em mulheres jovens

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Imagem: iStock

Colaboração para VivaBem

05/06/2023 04h00Atualizada em 05/06/2023 11h44

A obesidade é um fator de risco bem estabelecido para o câncer de mama positivo para receptores hormonais na pós-menopausa. Porém, nos casos diagnosticados na pré-menopausa, especialmente em mulheres com menos de 40 anos, este papel ainda não é muito bem esclarecido.

Esta foi a proposta de um estudo apresentado no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que será realizado até esta terça, dia 6 de junho, em Chicago (EUA).

Pesquisadores americanos avaliaram informações de um banco de dados de uma década e compararam mulheres jovens com câncer de mama a mulheres com menos de 40 anos sem o diagnóstico de câncer.

Os resultados evidenciaram que a maioria das pacientes com tumores de mama eram obesas ou apresentavam sobrepeso.

Um dos pontos de atenção foi que o aumento do risco de diagnóstico se mostrou especialmente pronunciado em mulheres pretas obesas.

Interessante ressaltar que os pesquisadores enfatizam, na conclusão do estudo, que os dados desafiam achados anteriores, que mostravam que o IMC (índice de massa corporal) parecia ser uma espécie de proteção contra o câncer de mama em mulheres na pré-menopausa.

Havia o entendimento que o aumento do IMC, principalmente para tumores positivos para receptores de estrogênio, poderia ser positivo. Mas, atualmente, já se analisa o excesso de peso corporal como fator de prognóstico negativo em câncer de mama pré-menopausa.

Os pesquisadores destacam que este fator pode ser explicado se mulheres obesas na pré-menopausa desenvolverem tumores mais agressivos. A obesidade também está associada a câncer de mama triplo negativo e Luminal B.

Na conclusão, foi verificado um "aumento estatisticamente significativo na obesidade ou sobrepeso entre mulheres jovens com menos de 40 anos apresentando tumores mamários".

Levantamentos similares anteriores, que contemplavam uma proporção muito baixa de mulheres negras, podem ter subestimado o risco nessa população de pacientes.

Assim, é relevante ressaltarmos que o controle da obesidade ou sobrepeso e o estímulo à adoção de hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos e uma dieta mais saudável, podem ajudar a diminuir os riscos de diagnóstico de câncer de mama e de outros tumores.

Da mesma forma, precisamos produzir mais pesquisas e estudos que contemplem a diversidade dos indivíduos, procurando entender fatores de risco estabelecidos e questões socioeconômicas envolvidas, e também criando estratégias de prevenção e rastreamento para determinadas populações.