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Larissa Cassiano

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

O que acontece com os médicos? Veja dicas para escolher um bom profissional

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Imagem: Getty Images

Colunista do UOL

20/07/2022 04h00

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Infelizmente, como em qualquer profissão, bons e maus profissionais transitam pela sociedade, mas diferente de outras, a medicina cuida da vida, algo com valor inestimável e que muitas vezes não fornece uma segunda opção.

Ao longo dos anos, o perfil dos médicos mudou, o número de profissionais disponíveis no mercado aumentou, a forma de contratação foi se tornando menos seletiva, as operadoras de saúde levaram muitos profissionais a atendimentos com tempo curto e valor baixo, além das clínicas populares. No fim, a conta que parece mais baixa de alguma forma pode chegar a valores altos.

Diferente do imaginário de alguns, diversos profissionais que atendem em clínicas superlotadas não ganham pelo volume atendido, mas, sim, valores fixos que não mudam se ele está atendendo um ou 7 pacientes por hora, pois em diversas situações o contratante é quem exige um atendimento de muitos pacientes, consequentemente com um tempo de consulta menor, uma prática ruim, mas cada vez mais comum.

E como atender, examinar e checar os detalhes em 10 a 7 minutos, ouvir mais da história do paciente que pode conter a origem de alguma patologia?!

E para os pacientes? Como encontrar bons profissionais? Não tenho todas as dicas sobre isso, mas posso ajudar com algumas informações. Algumas áreas de atuação médica possuem especialidades reconhecidas pelos conselhos de medicina.

Um exemplo, a cirurgia geral, que possui a especialização em cirurgia plástica, o profissional que exerce essa especialidade pode ter tanto título de cirurgião geral quanto de cirurgião plástico, vale acessar o conselho de medicina para verificar se o profissional possui registro nestas duas áreas, se o CRM está ativo ou se existe alguma observação.

Sites de busca podem complementar essa pesquisa com informações se esse profissional tem algum processo, mas observando que tipo de processo se trata, porque muitas vezes o profissional tem processo e esse processo não tem nenhuma relação com a área médica.

As redes sociais podem dar mais possibilidades para essa busca, lá outras informações podem ser colhidas e checadas, pois as regulamentações sobre uso das redes sociais para médicos restringem algumas questões que nem sempre são seguidas.

O clássico são as fotos de antes e depois que, mesmo com consentimento do paciente, são proibidas. Consultar, diagnosticar ou prescrever, por qualquer meio de comunicação de massa ou a distância, também são proibidos e a divulgação de preços e descontos nas redes sociais do profissional foge das boas práticas recomendadas pelos conselhos regionais.

E, claro, a boa e velha indicação de outras pessoas, informação em hospitais e clínicas que esse profissional trabalha, mesmo que você não tenha a opção de escolher entre muitos profissionais, às vezes é possível buscar informação sobre a sua patologia em fontes confiáveis, pessoas que já passaram pelo mesmo tratamento que você irá iniciar podem ajudar para que você chegue na consulta mais preparado e informado, caso algo saia de maneira errada ou estranha, te chamando a atenção, desconfie.

Alguns procedimentos são sonhos, mas sonhos com valores que em algumas circunstâncias são altos e não é incorreto buscar valores mais acessíveis para esses procedimentos, mas lembre-se que muitas vezes uma economia em saúde pode custar um outro procedimento muito mais caro ou algo impossível de ser corrigido.

Valores muito fora do mercado, pacientes insatisfeitos e reclamações podem ser um sinal, e não apenas um fato isolado.

Profissionais bons e de excelência estão presentes em toda sociedade, acredite, eles não são exclusivos de grandes hospitais ou clínicas particulares, talvez o seu médico não seja o mais conhecido, mas se tecnicamente ele for bom e a relação for de confiança e respeito, você já tem muitos benefícios, independente do local de atendimento.

Como sociedade, nós podemos cobrar do governo, que permite a abertura de faculdades sem campo adequado de ensino, que superlota os locais de saúde, também dos planos de saúde que permitem muitas consultas por hora, e de ambos que não contratem ou permitam a prestação de serviço de profissionais desqualificados, pois seja no sistema público ou privado nós estamos pagando essa conta de alguma forma.

Gostou deste texto? Dúvidas, comentários, críticas e sugestões podem ser enviadas para: dralarissacassiano@uol.com.br e veja mais no meu Instagram @dralarissacassiano.