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Larissa Cassiano

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Grávidas devem cuidar da pele e dos cabelos; veja dicas importantes

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Imagem: iStock

Colunista do UOL

15/06/2021 04h00

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Durante a gravidez, muitas alterações ocorrem com as gestantes, e as que acontecem na pele e nos cabelos, por serem facilmente notadas, podem chamar mais a atenção e serem motivo para busca de tratamentos.

Não existem regras, e algumas gestantes ficam com a pele mais marcada, outras ficam com um aspecto que mesmo fora da gravidez e com os melhores tratamentos não é possível alcançar.

Independentemente disso, a regra é clara e vale para todas: na dúvida sobre um procedimento ou tratamento as gestantes devem sempre buscar orientação médica.

A pele é o maior órgão do corpo humano, com a responsabilidade de regular a temperatura do corpo, proteger contra traumas externos, eliminar toxinas e ser o alerta para muitas doenças, ou seja, são muitos os motivos para cuidar deste órgão tão importante e entender por que a gama de produtos para pele é tão grande e cheia de particularidades.

Na hora de escolher, alguns detalhes podem guiá-la: dê preferência para produtos e marcas específicas para gestantes, eles são a melhor opção, pois são os mais seguros tanto para a gestante quanto para o bebê.

Os cheiros podem ser desconfortáveis. Se for o caso, opte por produtos sem cheiro ou com cheiros suaves, evite itens com fragrâncias ou constituídos por itens irritativos, ou que devem ser evitados na gestação, como cravo, canela e mentol, pois são estimulantes e podem ser irritantes para a pele.

Segundo Camila Rosa, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, "a maioria dos procedimentos e produtos presentes em cosméticos não foram devidamente avaliados, pois gestantes não são incluídas em testes, então na dúvida opte sempre pelos produtos próprios para gestantes".

Muitos produtos possuem na descrição a recomendação para que o médico seja consultado antes da utilização, e fazer isso é importante para evitar riscos de má formação fetal, alergia, risco de parto prematuro entre outros eventos adversos.

Camila destaca alguns procedimentos que podem ou não serem feitos durante a gestação: "A limpeza de pele e as máscaras faciais estão liberadas, porém, os peelings químicos com ácidos não podem ser realizados. Os ácidos como o retinoico, hidroquinona, glicólico acima de 10%, ureia e ácido salicílico em concentrações altas não devem ser usados na gravidez.

A vitamina C pura, o ácido hialurônico em creme, dexpantenol e glicerina são liberados, já o protetor solar é uma necessidade extrema! Deve ser usado regularmente para evitar o indesejável melasma. Os procedimentos estéticos injetáveis como toxina botulínica, preenchimentos e bioestimuladores são contraindicados.

A radiofrequência, usada para combater a flacidez da pele, deve ser evitada por conta das ondas eletromagnéticas que podem interferir na gestação. Os procedimentos com laser para manchas e depilação, apesar de serem superficiais, devem ser evitados nesse período, porque as alterações hormonais deixam a pele da gestante mais suscetível às manchas.

Proibições à parte, sessões de drenagem linfática, que reduzem possíveis inchaços, são permitidas. De preferência, realizadas por profissionais capacitados e aptos ao tratamento de gestantes."

Depois de todas essas dicas sobre pele, o cabelo não pode ficar de fora. Na gestação, algumas mulheres notam uma queda de cabelo que pode durar até o puerpério, além de alterações na textura, e ficam com muitas dúvidas sobre o que pode ou não ser utilizado.

Para fechar sua participação, Camila traz mais informações: "Quanto aos cuidados com o cabelo, a atenção deve ser redobrada. Os produtos químicos utilizados no alisamento dos fios são muito perigosos, pois podem penetrar na corrente sanguínea por meio do couro cabeludo e atingir o bebê.

Os alisantes à base de formol são proibidos, e os outros alisantes sem formol também devem ser evitados. Cuidado com os produtos que dizem não conter formol na composição, pois ele pode estar camuflado na fórmula com o nome dos seus derivados.

Assim como o alisamento, a coloração dos cabelos pode prejudicar o bebê. As tintas que contêm amônia em sua composição são muito perigosas, visto que a penetração é muito profunda e pode atingir o córtex. Se a coloração não tiver amônia ela é liberada após 20 semanas, mas para isso é necessário consultar sua obstetra."

Ter um kit básico de cuidados agora é fundamental e Marina Hayashida, dermatologista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, traz informações:

"O que é essencial para uso na pele durante a gestação:

Sabonete próprio para rosto: a depender de cada tipo de pele, evitando os que contenham ácido salicílico. Hidratante próprio para o rosto (também mantendo específico para cada tipo de pele) e hidratantes corporais. Os cremes preventivos de estrias infelizmente não têm muita comprovação científica de benefício. O recomendado é hidratar a pele diariamente com cremes de corpo, beber bastante água e fazer acompanhamento nutricional para evitar ganho de peso excessivo.

Protetor solar com FPS no mínimo 30, com ou sem cor. O protetor ainda é o melhor amigo da pele, é o que mais evita manchas e envelhecimento precoce. Na gestação não há restrição de uso de nenhum tipo."

Para quem busca alternativas naturais opções não faltam: óleos essenciais diluídos, óleos vegetais e cremes vegetais são boas opções e possuem diversas aplicações. Todas essas dicas e orientações foram dadas por médicas, mas sempre converse com seu dermatologista e obstetra, para verificar se essas orientações podem ser adaptadas a você.

Gostou deste texto? Dúvidas, comentários, críticas e sugestões podem ser enviadas para: dralarissacassiano@uol.com.br.