Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Reabertura das creches com variante delta circulando: o que fazer?
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Em uma conversa recente que tive com a Dra. Denise Garrett, no programa semanal que faço sobre ciência e sociedade, discutimos sobre diversos assuntos, inclusive sobre a transmissão do coronavírus entre crianças e adolescentes.
Esse é um assunto que preocupa e merece atenção, principalmente agora que, para a nossa "surpresa", a Prefeitura de São Paulo anunciou que as creches podem retomar o atendimento presencial com 100% da capacidade a partir do dia 8 de setembro.
Dados cada vez mais robustos estão mostrando que crianças e adolescentes têm se tornando potenciais transmissores do coronavírus, em especial com a variante delta. Portanto, se não tomarmos todos os cuidados possíveis para nos protegermos e protegermos os "pequenos", grande parte de nós corre risco de ser infectado —quando falo de cuidados, estou falando da vacinação, do distanciamento social, do uso de máscara e da higienização das mãos.
Segundo a Prefeitura, as creches seguirão todos os protocolos sanitários para garantir segurança para as nossas crianças, embasados nos relatórios que a Secretaria de Saúde tem feito. E as escolas devem garantir o cumprimento dos protocolos sanitários de prevenção, como uso de máscaras, álcool gel e higienização dos ambientes.
Isso é um bom começo para gerar uma certa segurança social, porém, vocês, caros leitores, podem se perguntar se é o suficiente para garantir segurança ao funcionamento das creches com 100% de ocupação.
Precisamos ter cautela na discussão antes de dizer que é uma decisão ruim, pois também não podemos simplesmente deixar nossas crianças fora da escola um ano atrás do outro. O mais importante é que todos os envolvidos (pais, crianças e profissionais da educação) façam sua parte e tomem os devidos cuidados, dentro e fora da escola.
Prioridade é educação ou diversão?
Para que o retorno seguro de qualquer atividade, precisamos controlar a dispersão viral na comunidade. Caso contrário, levar as crianças para creches e escolas é expor a garotada a um ambiente extremamente perigoso, que favorece ainda mais a dispersão do vírus e o descontrole da pandemia (o que vai aumentar as mortes).
Entendo que com a queda no número de mortes e de internações é natural que diversos locais sejam reabertos. Mas precisamos definir prioridades para controlar a dispersão do coronavírus. Se nossa prioridade na flexibilização é a educação (algo muito importante e que deve realmente ser priorizado, que fique claro), por que estamos focando também na liberação de bares, shows e outros eventos que geram aglomeração e favorecem a dispersão viral?
Testes, vacinas e cuidados para todos
Outro cuidado importante para um retorno seguro das creches é garantir que todos os profissionais da educação —desde os professores até os funcionários da portaria, da limpeza e os motoristas que levam as crianças para a escola— estejam completamente vacinados (com duas doses) e sejam testados rotineiramente. Isso não é algo impossível de ser feito, basta um projeto organizado, pois a testagem periódica é uma das principais ferramentas para delinearmos as melhores ações.
Também é preciso chamar a família para participar desse retorno, pois precisamos ter a segurança de que todos estarão juntos na retomada, já que a educação não está restrita à sala de aula. Para isso acontecer, o trabalho de orientação familiar deve ser uma das principais prioridades nesse projeto.
Somente assim, mantendo os cuidados dentro da sala de aula, testando os profissionais da educação e orientando pais e familiares é que teremos os pequenos seguros dentro do ambiente sagrado que chamamos de escola!
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.