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Fernando Guerreiro

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Por que manter maus hábitos é mais fácil do que criar bons hábitos?

Quem nunca se programou para ir treinar, mas foi vencido pela preguiça e ficou no sofá? - iStock
Quem nunca se programou para ir treinar, mas foi vencido pela preguiça e ficou no sofá? Imagem: iStock

Colunista do UOL

17/07/2021 04h00

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Você já parou para pensar por que muitas vezes é tão difícil vencer o sedentarismo, deixar de consumir alimentos não saudáveis, dormir mais cedo ou abandonar outras atitudes que reconhecidamente prejudicam nossa saúde?

Uma das explicações para isso é que, geralmente, o que faz uma pessoa sustentar maus hábitos é a recompensa imediata, o prazer momentâneo que aquilo traz. Por outro lado outro, a satisfação gerada por bons hábitos leva mais tempo para surgir. Você precisa de um período de dedicação constante e de disciplina até ter a recompensa.

Por isso, quando estamos prestes a acordar mais cedo para fazer exercício físico, é tão comum aquela vontade (que muitas vezes de realiza) de esbarrar o dedo no modo soneca do celular e voltar a dormir. A sensação de ficar na cama quentinha por mais 20 minutinhos é um prazer imediato, algo muito mais agradável do que se levantar no frio e colocar o corpo para "sofrer" no treino.

Porém, se pensarmos no longo prazo, sair para treinar vai ser uma recompensa muito melhor do que ficar na cama, pois o exercício vai gerar saúde, bem-estar e qualidade de vida, não apenas 20 minutos de soneca —que às vezes fazem até você acordar se sentindo mais cansado e arrependido por não ter ido treinar.

O que fará a diferença na escolha entre dormir minutos a mais ou acordar mais cedo para treinar é a forma na qual você se relaciona com o exercício. Olhar para o treino como um tempo de dor, sofrimento e cansaço o afastará cada vez mais dos seus objetivos. Quando você passa a se conectar com seu treino, considerando-o como um momento de autocuidado, de construção de uma vida saudável, um tempo que você aprenderá mais sobre suas qualidades e capacidade de romper com seus limites, sua relação de dor e de prazer mudará, você passará a se sentir mais motivado para fazer isso, e assim vencerá seu despertador.

O mesmo acontece com a alimentação: se conectar com os alimentos com o que eles construirão no seu corpo em longo prazo pode até mudar o sabor que a comida tem para você, a forma e o quanto você come.

Muitos procrastinam a mudança de hábitos por falta de visão do quanto isso proporcionará crescimento e liberdade em longo prazo. Só conseguem olhar para a obrigação, dificuldade e exaustão de estudar.

Para mudar isso, crie uma relação de longo prazo com os seus hábitos, imagine-se daqui cinco anos fazendo o que você faz diariamente. Como você quer estar em 2026? E como estará se não mudar alguns hábitos atuais?