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Elânia Francisca

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Afetividades LGBTQIA+ na adolescência: vamos pensar sobre isso?

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Imagem: iStock

Colunista do UOL

10/06/2022 04h00

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Estamos em junho, mês do Orgulho LGBTQIA+ e, entendendo que ainda existem muitos mitos e preconceitos acerca das afetividades e identidades LGBTQIA+ adolescentes, vamos trazer algumas reflexões sobre o tema para contribuir com sua ampliação de olhar, pensamento e ação.

Para começar, vamos falar sobre as afetividades LGBTQIA+ na adolescência, mas antes de mais nada é importante dizer que orientação sexual ou orientação afetivo-sexual se refere à atração afetiva e/ou sexual de uma pessoa por outra ou outras pessoas.
Na sigla LGBTQIA+, as orientações afetivo-sexuais são representadas pelas letras L, G, B e A.

L - lésbicas: pessoas do gênero feminino que sentem afeto e/ou atração sexual por pessoas no gênero feminino.
G - gays: pessoas do gênero masculino que sentem afeto e/ou atração sexual por pessoas do gênero masculino.
B - bissexual: pessoas que sentem afeto e/ou atração sexual por pessoas independentemente de seu gênero (aqui se encaixam as pessoas pansexuais e bissexuais).
A - assexual: pessoas que não sentem atração sexual por outras pessoas ou sua atração sexual está condicionada à criação de vínculo de amizade, aproximação etc. A assexualidade é um termo guarda-chuva e isso quer dizer que não existe só uma forma de ser assexual, mas várias. Sugiro que entre em contato com esse site aqui.

Agora que você já sabe, minimamente, o que é orientação afetivo-sexual e quais são as afetividades LGBTQIA+, é hora de trazer a reflexão: adolescentes têm ou não idade para saber sua própria orientação sexual?

A resposta é: SIM!

Adolescentes têm idade e total condição de dizer por quem estão sentindo atração, paixão, amor ou nenhum desejo.

A adolescência é um período em que os afetos começam a se manifestar de forma diferente da infância e o desejo também é algo novo. Apaixonar-se por alguém do mesmo gênero ou do gênero oposto é muito comum e não há nada de errado nisso.

Mas, vem cá, isso não é modinha?

Quando reduzimos as experiências amorosas de adolescentes a uma modinha, estamos menosprezando as vivências reais para aquela pessoa naquele momento e isso acaba gerando em adolescentes a sensação de que seus sentimentos não são respeitados socialmente.

Mas, mesmo que ser LGBTQIA+ fosse moda, qual seria o problema? Sentir afetos positivos por alguém não deveria sair de moda, não é mesmo?

Quando adolescentes expressam suas afetividades heterossexuais, não são questionadas sobre ser cedo demais para ter certeza de sua orientação sexual. Então por que pressionamos adolescentes quando se trata de um afeto LGBT?

Independentemente da orientação sexual de adolescentes, é fundamental que não se esqueçam dos ensinamentos de RuPaul: "Se você não consegue amar a si mesmo, como vai amar outra pessoa?".