Laserterapia pode reduzir inflamação e turbinar performance no treino
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Já ouviu falar em fotobiomodulação ou laserterapia? Os termos, que são sinônimos, vêm novamente ganhando espaço em clínicas e hospitais.
A utilização de luzes na área da saúde não é tanta novidade assim, mas, conforme os estudos e achados científicos vão se confirmando, sua utilização torna-se ainda mais segura, eficaz e com novos protocolos que auxiliam em diversos tratamentos.
O que é a fotobiomodulação ou laserterapia?
São terapias não invasivas que utilizam a luz vermelha e infravermelha para estimular processos biológicos naturais do organismo e promover (entre as diversas possibilidades de aplicação) regeneração tecidual, analgesia, modulação inflamatória e melhora microcirculatória.
A fotobiomodulação é o termo mais atual e abrangente, incluindo tanto o uso de laser quanto de LEDs de baixa intensidade.
O procedimento atua no organismo principalmente por meio da absorção da luz emitida por cromóforos mitocondriais no organismo, como o citocromo c oxidase. Isso gera reações que, conforme a aplicação, tempo e frequência, levam ao aumento na produção de ATP, liberação de óxido nítrico (NO), redução do estresse oxidativo, ativação de fatores de transcrição e modulação de vias inflamatórias.
O uso, antes muito concentrado na fisioterapia, hoje está em diferentes áreas —desde nutrição, dermatologia e odontologia até estética —com produtos inovadores que prometem tratamentos controlados home care (aquelas máscaras com luz e led, sabe?).
Na área da saúde, no atendimento ao paciente na minha clínica, por exemplo, usamos a terapia ILIB - Intravascular Laser Irradiation of Blood, ou melhor, na via transdérmica. Um diferencial para o paciente que busca melhora da performance, redução do estresse oxidativo, mulheres no climatério com altas reatividades resultantes das alterações hormonais, mesmo em atendimento em consulta de rotina.
As principais evidências científicas do uso de laserterapia vêm demonstrando que pacientes com diabetes e hipertensão se beneficiam pela melhora em marcadores inflamatórios (como PCR, IL-6), melhora da viscosidade sanguínea e da perfusão tecidual. Já para pacientes com dores crônicas, fadiga física e mental (desempenho cognitivo), o uso da fotobiomodulação sistêmica ainda pode melhorar a função mitocondrial e circulação cerebral, com impacto na clareza mental e função executiva.
Justamente pelo seu impacto na saúde mitocondrial é que os atletas e esportistas estão aderindo cada vez mais ao procedimento, muito além do tratamento dentro da fisioterapia (antes quase exclusivamente): os efeitos na mitocôndria e oxigenação celular são importantes para melhora da recuperação muscular, redução de lactato pós-treino e, consequentemente, recuperação da fadiga muscular, ação direta sobre o VO2máx e redução da DOMS (dor e inflamação muscular tardia).
Outra aplicação de laserterapia que vem crescendo é na odontologia, segundo José Todescan Júnior, especialista em prótese dental, odontopediatria e endodontia pela USP (Universidade de São Paulo), os lasers se tornaram ferramentas valiosas no dia a dia do consultório. "Utilizamos como alternativa complementar em cirurgias de tecidos moles, herpes, dores em articulação temporomandibular e no pós-operatório de extrações e implantes", explica.
Na prática, os lasers de alta potência são usados em procedimentos como frenectomias, gengivectomias e remoção de lesões benignas. Eles permitem incisões mais controladas, com menor necessidade de suturas. Já os de baixa potência são indicados para casos de aftas, hipersensibilidade dentinária, edemas pós-exodontia e dores crônicas.
O uso em pacientes submetidos a tratamento oncológico é um dos focos atuais de pesquisa. A laserterapia tem sido aplicada para prevenir ou reduzir a mucosite oral, condição comum em quem faz quimioterapia ou radioterapia. A intervenção, segundo Todescan, ajuda a manter a integridade da mucosa bucal e melhora a qualidade de vida dos pacientes em terapia intensiva.
Outro uso crescente é no alívio de dores articulares, especialmente em casos de disfunções da articulação temporomandibular (DTM). Nesses casos, o laser tem efeito analgésico e anti-inflamatório, além de contribuir para o relaxamento da musculatura.
"Não se trata de substituir procedimentos tradicionais, mas de ter uma alternativa adicional para situações específicas em que o laser traz vantagens objetivas", explica Todescan. Ele cita como exemplo procedimentos em áreas de difícil acesso, como o dorso da língua ou próximo à garganta, onde a sutura seria inviável e a intervenção, desconfortável. "Com o laser, conseguimos realizar essas abordagens de forma rápida, precisa e sem trauma para o paciente", completa.
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