Topo

Taise Spolti

Detox pós festas de final de ano

iStock
Imagem: iStock

Colunista do UOL

27/12/2020 04h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Primeiro sabemos que não deveriam estar acontecendo aglomerações e festas de final de ano, mas também sabemos que não é todo mundo que está levando ao pé da letra isso, infelizmente.

Claro que existem cidades mais controladas e com certas liberações, e outras estão novamente com restrições bem rígidas, mas fato é que, nesse final de ano, o sentimento de querer estar próximo a quem amamos ou até em meio a grandes comemorações só para poder sentir o calor e energia humano é bem grande!

Junto a esse sentimento de querer estar com pessoas que amamos, grupos da faculdade, amigos, parentes, enfim, permeia outro sentimento que vem crescendo ao longo do ano: o de colocar na ponta do lápis o que e quem realmente valem a pena estarmos juntos.

Como muitos desafios que passamos como sociedade nesse ano, um deles foi reaprender a estar em solitude, estar sozinhos com nós mesmos, estarmos próximos daquilo que já temos e longe daquilo que queremos pois não podemos mais sair de casa para alcançar aquilo de fato.

Tivemos que reaprender muitas coisas que a rotina deixou apenas na memória, como o fato ser mais seletivo com pessoas que diariamente estavam próximos a nós mas que não nos faziam tão bem assim, o fato também de estarmos mais próximos a pessoas que escolhemos conviver mas que o tempo não nos deixava curtir tanto assim.

A nova rotina fez muitas pessoas colocar determinados valores na ponta do lápis, e é aí que eu imagino o nosso verdadeiro detox de final de ano, muito longe de pensarmos em alimentação para limpar nosso corpo desses excessos de comidas e bebidas (que merecemos, convenhamos!), mas sim um detox verdadeiro de quais coisas são importantes mantermos dentro de nós, perto de nós, e também pessoas que queremos ter perto de nós.

Quantos relacionamentos tóxicos você acha que conseguiu se distanciar? Quantos bens materiais você realmente notou que são essenciais em sua vida? Quantos bens você analisou serem importantes para complementar sua felicidade? Quais pessoas você mais sentiu falta de ver, mesmo aquelas de dar somente um oi na parada do ônibus ou até aquele senhor te esperando no portão para dar bom dia? Quais situações você de fato sentiu vontade, desejo e muita saudade de praticar?

Nesse período de final de ano, muito mais do que fazermos nossa lista de desejos como eu já escrevi aqui no blog, gostaria também de propor esse detox emocional dos valores que tínhamos até pouco tempo atrás, e que talvez não sejam tão essenciais assim.

Por fim, um deles e que eu gostaria de dar como exemplo, é sobre o peso, a estética, o padrão: acima de qualquer 'skincare' ou planejamento de treinos, esse ano que passou deixou ainda mais claro que autocuidado não se trata apenas de cuidar do corpo para a beleza, para o padrão, pois de nada adianta isso tudo se amor próprio, amor coletivo, respeito e empatia não estiverem alinhados com nossa essência como humanos em sociedade. De nada adianta todo esforço pensando apenas no peso se colocarmos nossa saúde em risco.

O maior autocuidado sempre foi e sempre será: o autoamor. E que esse aprendizado transborde sempre para que o coletivo seja atingido.