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REPORTAGEM

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Dia da Menopausa: 5 famosas contam como lidam com essa fase

Reprodução/Instagram
Imagem: Reprodução/Instagram

Colunista do UOL

15/10/2021 04h00

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Quando eu comecei a escrever esta coluna e também a falar no meu perfil no Instagram (me siga lá também @silviaruiz_) sobre a transição que estava vivendo ao me aproximar dos 50 anos, confesso que um dos temas mais difíceis de abordar foi a menopausa. De alguma maneira, a gente incorpora a ideia de que o fim da idade reprodutiva é o fim da idade produtiva. Que menopausa nos tornaria "fora do jogo". Já tive medo do preconceito que cerca essa etapa mais do que natural da vida. E o que me libertou desse medo? Trocar com outras mulheres passando pela mesma coisa, vendo que não estava sozinha.

No próximo dia 18, é celebrado o Dia Internacional da Menopausa (pois é, existe uma data para isso). E aprendi que há uma importância enorme em a gente dedicar não apenas um dia, mas muitos, para falar abertamente sobre esse tema cheio de tabu. A gente passa uma vida toda sem saber quase nada sobre o climatério e, na hora que ele chega (e os sintomas podem vir anos antes da menopausa que é declarada somente após 12 meses sem menstruar),nos vemos confusas, num turbilhão de sensações. Por isso acho tão importante a gente "tirar a menopausa do armário".

É claro que os sintomas podem variar muito de mulher para mulher, tanto em frequência quanto em intensidade, mas, em geral, quase todas vão experimentar pelo menos algum deles: calores, nevoeiro mental, problemas de memória, ganho de peso, palpitações, mudanças de humor, baixa da libido, secura vaginal, fadiga, insônia, dores de cabeça e nas articulações. Mas há solução. Já contei aqui da minha experiência pessoa com reposição hormonal. E também já falei sobre alternativas à reposição aqui.

Ainda falta muito para a menopausa ser finalmente normalizada, mas, quando mulheres admiradas e famosas rompem o silêncio, a gente começa a ter esperança de que o assunto uma hora deixe de ser secreto. Aqui uma amostra do que algumas delas já declararam sobre suas transições:

Cláudia Raia

"A verdade é que a vida das mulheres é muito injusta! A gente menstrua 40 anos e aí começa a menopausa que destrói a gente se não tiver condições ou informação suficientes para poder se cuidar. E tem a coisa da visibilidade. A mulher é jogada em um buraco aos 40 anos e só sai de lá aos 80, já idosa! É como se a gente não existisse, por isso faço questão de falar sobre isso, de ser uma voz. Eu comecei a entrar na menopausa há dois anos. Não fiz reposição hormonal porque tenho enxaqueca e por isso nunca tomei hormônios para não piorar o quadro. Mas me atrapalhou bastante, sono e tudo, e fui tentando controlar com chá de amora, essas coisas naturais. E somente agora comecei um tratamento para repor os hormônios de maneira bem cuidadosa, somente um pouco dos que estão faltando, com um médico bem conservador e atento."

Fernanda Abreu

"Eu entrei na menopausa aos 51 anos, no começo foi chato porque atrapalhou muito meu sono. Foi o único sintoma que eu tive, e tratei com fitoterápicos que minha médica receitou, ajudaram muito. Mas depois tudo passa. Hoje eu faço uma reposição hormonal bem de leve, com acompanhamento e só para dar um suporte para a saúde."

Solange Frazão

"Foi aos 52 anos, não tive nenhum aviso do corpo, a não ser as falhas na menstruação. Achei que ia ser um monstro, um bicho de sete cabeças, um envelhecimento físico, mental, espiritual, mas eu estava brilhando, no melhor momento da minha carreira, da relação com meus filhos, com os meus netos chegando. Foi incrível! Comecei a me achar mais interessante, mais bonita. Havia uma ruga aqui outra ali, mas estava tudo em ordem."

Janeth Arcain

"Os fogachos me incomodam muito. Quando você começa a suar quando está frio, se sente um peixe fora d'água. Tento me adaptar com uma alimentação mais saudável, apesar de ainda ser difícil equilibrar no dia a dia para que eles sumam.

Luíza Brunet

"Eu sempre tive um corpo longilíneo e harmonioso quando jovem. Mas tive que fazer uma histerectomia (retirada do útero) aos 47 anos e por isso entrei na menopausa. Esse foi um momento bem delicado, você se olha no espelho e não se reconhece, o corpo muda, o humor também, não foi simples. Mas comecei a fazer reposição hormonal que me ajudou muito, me trouxe um conforto. A partir daí consegui voltar à atividade física, comecei a fazer pilates, que até hoje faço três vezes por semana, além de muita caminhada. A gente tem que cuidar da musculatura, fazer o corpo ficar vivo. Hoje eu peso dez quilos a mais do que no passado, mas gosto do meu corpo, estou muito feliz de ter chegado até aqui."

Angélica

"O que descobri vivendo este momento foi que as pessoas não falam muito desse período da mulher e, quando falam, acham que é o fim. E não é. Na verdade, o que descobri é que é normal e que você tem formas de viver muito bem. Porque existem formas de driblar os sintomas. Eu acho importante a mulher saber que a vida pode ser maravilhosa depois da menopausa. A gente não tem que sofrer com isso."