Apesar de os sintomas de TDAH sempre se apresentarem na infância, muitas famílias não identificam ou não procuram ajuda médica.
Dessa forma, as consequências na vida do adolescente e adulto com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade podem atingir os relacionamentos pessoais e o desempenho profissional.
O TDAH na idade adulta é considerado um transtorno de desenvolvimento, porque é preciso que se apresentem os sintomas até os 12 anos de idade para ser diagnosticado de forma clínica.
"Existem pessoas que têm o déficit de atenção somente e outros só apresentam a hiperatividade e há ainda pessoas que têm as duas formas combinadas", diz o neurocientista Rogério Panizzutti.
Panizzutti destaca que mais ou menos 20% das pessoas que têm TDAH na infância e na adolescência continuam com ele na vida adulta.
Nessa fase a dificuldade de atenção leva a acometimento do trabalho, da vida social e em casa.
No grau mais grave, não é possível que alguém com TDAH consiga dirigir um carro, por conta da ausência de foco. Além disso, o distúrbio afeta o modo de a pessoa se relacionar.
A psicóloga Edlamar Mendes, especialista em reabilitação neuropsicológica e mestre em educação especial, afirma que todo esse quadro reflete diretamente no campo emocional.
Por isso, pode se relacionar com autoestima baixa, ansiedade, depressão, baixo desempenho ocupacional, desentendimentos conjugais, dificuldades no trânsito e abusos de substâncias.
Ela destaca ainda algumas atitudes que grande parte das pessoas não associam ao TDAH:
Muitos apresentam dificuldades para manter relacionamentos sociais e interpessoais por causa da impulsividade das oscilações de humor.
Alguns portadores ainda apresentam "hiperfoco", uma concentração excessiva quando é algo para o seu interesse próprio.
Outro dado pouco destacado é que alguns estudos apontam que o TDAH na fase adulta se apresenta mais frequente no sexo masculino, embora os índices variem de acordo com tipo hiperativo, impulsivo e desatento.
O transtorno é mais observado em idade escolar, repercutindo também na sua vida adulta, com impacto global para sua vida cotidiana.
O diagnóstico é clínico, deve ser realizado por um psiquiatra ou psicólogo capacitado para isso. Não pode ser baseado somente em testes.