A Índia monitora o estado de Kerela após a morte de um adolescente de 14 anos pelo vírus Nipah e a identificação de 60 pessoas em alto risco.
12.set.2023 - Stringer/Reuters
Esse vírus é considerado prioritário pela OMS (Organização Mundial da Saúde), dado o potencial de causar uma epidemia --já que não há vacina contra ele e nem tratamento.
O Nipah é um vírus transmitido de animais para humanos (chamando zoonótico). Ele também pode ser transmitido por alimentos contaminados ou diretamente entre pessoas.
Os morcegos que comem frutas são os principais reservatórios do vírus. O primeiro surto aconteceu na Malásia, onde homens pegaram o vírus de porcos, outra possível espécie hospedeira.
O período de incubação (intervalo desde a infecção até o início dos sintomas) varia de 4 a 14 dias, estima a OMS. No entanto, um período de incubação de até 45 dias foi relatado.
Em pessoas infectadas o vírus pode causar encefalite (inflamação no cérebro) muito grave, com alto índice de letalidade. O sistema nervoso central é afetado, causando:
Os primeiros sinais da infecção são inespecíficos e o diagnóstico não é suspeito nesse momento.
Isso dificulta a identificação e desafia a detecção de surtos, assim como medidas eficazes de controle.
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Além disso, a qualidade, quantidade, tipo, tempo de coleta de amostra clínica e o tempo necessário para transferir as amostras para o laboratório podem afetar a precisão dos resultados.
Não há tratamentos específicos para o vírus. Para os doentes, o protocolo é controlar os sintomas -- como a convulsão e a pneumonia.
Alguns antivirais foram usados como suporte nos surtos, mas ainda não há estudos robustos que comprovem a eficácia.
Esse é um vírus que geograficamente está restrito às áreas onde os casos já foram identificados: Malásia, Indonésia e Índia.
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Especialistas dizem que não há preocupação de que chegue às áreas urbanas, a não ser que a evolução de contaminação entre humanos tome grandes proporções.