A partir de setembro deste ano até agosto de 2025, humanos testarão, pela primeira vez, um medicamento que ajuda a regenerar dentes.
Desenvolvido por uma equipe de pesquisadores japoneses, o tratamento já foi testado em ratos e furões e conseguiu regenerar os dentes dos animais sem efeitos colaterais notáveis.
Se os testes em humanos derem certo, a previsão é que o medicamento esteja disponível comercialmente já em 2030.
Na primeira etapa do estudo, o medicamento será administrado em 30 participantes voluntários e saudáveis com idade entre 30 e 64 anos.
Hush Naidoo Jade Photography/Unsplash
Esses participantes devem ter perdido pelo menos um molar, para evitar problemas caso o medicamento estimule o crescimento de um novo dente.
Na segunda etapa do estudo, o objetivo será avaliar a eficácia do medicamento. Para isso, a substância será administrada a pacientes diagnosticados com agenesia dentária.
A condição faz com que os dentes não se desenvolvam e estejam ausentes desde o nascimento. É mais comum nos dentes permanentes, especialmente siso e molares.
O medicamento para regeneração dentária funciona desativando o gene USAG-1, que normalmente inibe o crescimento dos dentes.
Os testes demonstraram que o bloqueio desse gene resultou em maior atividade da proteína morfogênica óssea (BMP), uma molécula que atua na determinação do número de dentes que devem crescer.
No momento, a equipe se concentra em pacientes com doenças congênitas, ou seja, aquelas presentes no momento do nascimento, podendo ser resultado de alterações genéticas ou fatores ambientais.
No entanto, os pesquisadores revelaram seu intuito para o futuro: beneficiar não apenas esses pacientes, mas também aqueles que perderam dentes devido a cáries ou lesões.
Embora ainda não exista um tratamento que proporcione uma cura permanente, a pesquisa nessa área é promissora e pode trazer avanços significativos para a odontologia.
Dados da Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo IBGE e divulgada em 2020, destacam que 34 milhões de brasileiros adultos (acima dos 18 anos) perderam 13 ou mais dentes.
Outros 14 milhões vivem sem nenhum, após perdas ao longo da vida.