Berlim deve ganhar museu do exílio
Da antiga estação de trem Anhalter Bahnhof resta apenas a ruína da fachada onde antigamente ficava sua entrada. Inaugurada em 1841, a estação chegou a ser uma das mais importantes da Europa no início do século 20, até ser destruída por bombardeios durante a Segunda Guerra Mundial. De lá, saiam trens para Viena, Budapeste, Roma, Cannes e Paris.
A partir de 1933, a Anhalter Bahnhof serviu como o ponto de partida para o exílio de muitos artistas e políticos perseguidos pelo regime nazista. Entre os mais famosos que fugiram de Berlim e dos horrores do nazismo partindo do local estão os escritores Bertolt Brecht e Heinrich Mann.
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A estação também foi usada para deportações forçadas de judeus a partir de 1942. De lá saiam os trens para o campo de concentração em Theresienstadt, hoje na República Tcheca. Mais de 9,6 mil pessoas foram deportadas a partir da Anhalter Bahnhof. Hoje há nas ruínas uma placa em memória dos deportados.
Atrás da fachada em ruínas há uma pequena área verde, e é justamente neste espaço que uma fundação pretende construir um museu do exílio. Estima-se que entre 1933 e 1945 mais de 500 mil alemães e austríacos tenham emigrado para fugir da perseguição nazista, e grande parte deles eram judeus.
O novo museu pretende contar a história desses exilados e mostrar o que a Alemanha perdeu no campo das ciências e das artes ao perseguir essas pessoas. Esse passado deve ser retratado numa exposição interativa. Grandes museus de renome de Berlim, como o Judaico e o de História da Alemanha, já teriam disponibilizado peças a serem emprestadas ao novo museu.
Presidida por um marchand, a fundação que está promovendo o novo museu pretende arcar com todos os custos para a construção do prédio, que deve contar com doações de investidores privados. Os planos agora dependem do aval da prefeitura local, que precisa autorizar a iniciativa e liberar o terreno para a construção.
Os iniciadores do projeto estão otimistas e estimam que o Museu do Exílio possa abrir suas portas em 2023.
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