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Nakameguro, um dos bairros mais badalados de Tóquio, mesmo quando acaba a primavera

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Imagem: JNTO/Divulgação

JAMIE BRISICK<BR><br>New York Times Syndicate<br>

22/05/2009 17h16

Até poucos anos atrás, Nakameguro era mais conhecido pelo estreito Rio Meguro, margeado por cerejeiras, que corta o bairro e atrai turistas de todos os cantos do Japão, particularmente durante a temporada do festival da primavera. Então vieram os cafés, restaurantes, bares e butiques, a maioria discreta e descontraída, especialmente quando comparadas à agitação na vizinha Shibuya.

Hoje, Nakameguro ganhou a reputação de ser um dos bairros mais badalados de Tóquio, uma mistura harmoniosa de velho e novo, urbano e rústico.

"É um centro de celebridades, músicos, estilistas, designers e humoristas", disse Fraser Cooke, que se mudou de Londres para Nakameguro há três anos para trabalhar como líder de marca global da Nike. "O bairro se destaca como centro da comunidade de design, mais estrangeiros estão vivendo aqui do que nunca e há novos restaurantes surgindo em toda parte."

Um desses restaurantes, o Kijima (1-23-3 edifício Aobadai Towa, 3F; 81-3-5720-7366), abriu em maio; as especialidades incluem a deliciosa salada shabu shabu (1.200 ienes, ou US$ 12,03, com o dólar cotado a 99,78 ienes) e kakuni (barriga de porco cozida lentamente, 1.000 ienes), assim como nikujaga (ensopado de carne bovina, batata e cebola; 1.200 ienes), que é finalizado na mesa por uma garçonete trajando quimono. As portas de correr, paredes pretas e janelas do chão ao teto do Kijima, com vistas para as cerejeiras, criam um clima tanto elegante quanto pé no chão.

Na margem oposta do rio, o Higashiya (1-13-12 Aobadai; 81-3-5428-1717; www.higashiya.com) trata os doces com a mesma pompa e detalhe que a Tiffany & Company trata as jóias. Seu delicado mochi, bolas gelatinosas de arroz recheadas com pasta de edamame (soja verde, 300 ienes), é comido não com palitos, mas com uma faca de madeira sem corte que é tão escultural quanto funcional. As cerâmicas artesanais e a decoração minimalista criam uma experiência que induz calma e serenidade, e sugerem a antiga tradição da cerimônia do chá japonesa.
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    Tranquila, região de Nakameguro se torna mistura harmoniosa de urbano e rústico


A sinalização cheia de LEDs que cobre as paredes da Cow Books (1-14-11 Aobadai; 81-3-5459-1747; www.cowbooks.jp) é altamente moderna (durante uma recente visita, ela exibia repetidamente a frase "livros são uma bênção para você"), mas as primeiras edições raras e livros fora de catálogo que enchem suas prateleiras remetem aos anos 50 e 60. Especializada nos beats, psicodelia e escritores como Richard Brautigan, o autor satírico de "Pescar Truta na América", a loja é um templo venerável ao fascínio peculiar, cheio de nuances, do Japão pela cultura americana.

Os proprietários do Madeleine (1-25-5, Aobadai; 81-090-3500-0560) preparam um excelente café latte (390 ienes). Mas talvez o mais intrigante é que o fazem no assento traseiro de um Citroën antigo de cor creme -localizado próximo da Cow Books, na margem oposta do Meguro- e servido pela porta do bagageiro, que foi convertida em uma espécie de balcão de café improvisado. É o tipo de criatividade que dá ao bairro sua energia jovem.
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    Nakameguro se tornou um dos bairros mais badalados da cidade por seus cafés e restaurantes


"Nakameguro é como uma pequena aldeia", disse Hideaki Ishii, o proprietário com penteado com tranças da Research (1-14-11, Cooperative House Aobadai 105; 81-3-5459-4699; www.sett.co.jp), uma butique de roupas que não muda apenas sua coleção a cada estação, mas também seu nome.

"Tudo o que precisamos está bem aqui - supermercado, bares, restaurantes, loja de discos, DJs nas noites de quinta-feira", disse Ishii. "Logo, os moradores locais não saem mais do bairro."

Tradução: George El Khouri Andolfato