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Com uma das tirolesas mais altas do país, Mambaí (GO) é paraíso dos aventureiros

Eduardo Vessoni

Colaboração para o UOL, em Mambaí (GO)*

14/09/2015 17h29

Tirolesa sobre um cânion com paredões de até 102 metros de altura, trilha pelo interior de uma caverna que termina dentro de uma cachoeira e balanço entre as águas a 20 metros do chão. A pequena Mambaí, com pouco menos de sete mil habitantes, é uma prova de que tamanho não é documento. O município goiano, localizado a 530km da capital Goiânia e a 357km de Brasília, no limite com a Bahia, desponta como um dos novos polos de turismo de aventura do Brasil. A pegada esportiva começou em 2007 e desde então, o destino tem ajudado a elevar o nível de adrenalina dos (ainda) raros visitantes que desembarcam por ali.

Localizada em uma ramificação montanhosa da Serra Geral e no mesmo complexo rochoso de Terra Ronca, a região abriga mais de 200 cavernas, o suficiente para protagonizar algumas das experiências mais inusitadas daquelas terras goianas. A Lapa do Penhasco, a 16km de Mambaí, possui 1,7 km de extensão e fica em um vale cego com escarpas de 80 metros de altura. É ali que visitantes encaram uma das atividades mais impressionantes, com 330 metros de caminhada em mata calcária, que inclui uma descida íngreme que exige fôlego até a entrada da caverna que se dá, obrigatoriamente, pelas águas de uma lagoa que rasga os paredões internos.

Com água na altura do peito, o visitante começa a ingressar na galeria subterrânea, uma exploração cautelosa que exige a transposição de uma sequência de quedas d'água que cruzam forte o caminho. Imponente e tímida, a caverna vai se revelando aos poucos, enquanto o forasteiro vai tentando se equilibrar entre pedras lisas cortadas pelas águas ruidosas que passam apressadas sob os pés, até ser surpreendido por um amplo salão com uma praia de areias finas e espeleotemas  - formações rochosas que ocorrem tipicamente no interior de cavernas que pendem do teto e das paredes. A região abriga ainda, logo ali ao lado, um percurso que permite avistar a caverna sob outro ponto de vista.

Beleza revelada
Flutuando sobre aquele abismo rochoso, está uma das mais altas tirolesas do Brasil, com 102 metros de altura e 320 metros de extensão. Ela cruza o cânion do Córrego das Dores e tem vista lateral da Lapa do Penhasco, atrações naturais que se escondem entre a mata alta de cerrado e apenas são vistas quando o visitante já se encontra suspenso.

Quando pensamos que tudo aquilo já foi o suficiente, a trilha seguinte guarda outra experiência única da região. A 5 km do centro de Mambaí, a Cachoeira do Funil é alcançada após uma caminhada de 960 metros em descida íngreme, dando acesso a seu pórtico de 20 metros de largura e 14 de altura.

A visita molhada pelas águas do Rio Ventura segue pelos próximos 200 metros de extensão, de um total de 300. Escura e sob teto rebaixado, a caminhada surpreende com a queda violenta das águas da Cachoeira do Funil, cujos 20 metros de altura terminam bem ali, dentro da caverna. Considerada uma das atrações mais visitadas do nordeste goiano, serve de cenário natural para a prática de cascading, um rapel negativo que beira as águas da cachoeira, e do inusitado Balanço da Dani Monteiro.

Nomeada em homenagem a apresentadora, que estreou a atração de Mambaí em 2008, a brincadeira consiste em se balançar em uma cadeirinha de escalada presa a uma corda estática, que se move entre as águas da Cachoeira do Funil. A atração é finalizada com um curto rapel, que traz o aventureiro as terras firmas (e molhadas) da boca da caverna.

E se Mambaí ainda não conta com a infraestrutura de destinos nacionais, como as paulistas Socorro e Brotas, pelo menos já tem cenários de fôlego capazes de tirar o ar até dos aventureiros mais experientes.

SERVIÇO
Site oficial do turismo de Goiás

www.goiasturismo.go.gov.br

Site oficial da Prefeitura de Mambaí
http://www.mambai.go.gov.br/

* O jornalista viajou a Mambaí com o apoio da Goiás Turismo