Variedade de clima e solo põe a Califórnia na rota mundial de degustação de vinhos
Quem assistiu aos filmes "Sideways" (2004) ou "Bottle Shock" (2008) e ficou com água na boca pode percorrer as rotas traçadas pelos diretores ou fazer o seu próprio roteiro de degustação entre as cerca de 2.700 vinícolas do Estado norte-americano da Califórnia. A combinação de clima e solo faz da região um dos principais destinos do mundo para enólogos e amantes do vinho.
A Califórnia é responsável por 90% da produção de vinho dos Estados Unidos e é a quarta produtora mundial da bebida, depois de França, Itália e Espanha, segundo dados do Instituto do Vinho (Califórnia Wine Institute). Anualmente, o Estado atrai cerca de 20 milhões de turistas para as regiões dedicadas à vinicultura, de acordo com o órgão oficial de turismo, California Travel and Tourism Commission.
Todo esse interesse advém da qualidade do produto fabricado e da grande variedade de uvas cultivadas no Estado —cerca de cem, segundo o Instituto do Vinho. Cada variedade de uva tem aroma e sabor próprios, o que contribui para o resultado final da bebida.
Os vinhos produzidos na Califórnia são classificados, em sua maioria, como de mesa (graduação alcoólica de 10° a 13°), espumante (gaseificado) ou de sobremesa (doce). Chardonnay é o tipo mais popular entre os norte-americanos, respondendo por 19% da venda da bebida nos supermercados e lojas de conveniência do país. Outros brancos também fazem sucesso, a exemplo das variedades zinfandel —típica da Califórnia—, sauvignon blanc, pinot gris, viognier, riesling, moscatel e gewürztraminer. Entre os tintos, a Califórnia produz excelentes vinhos dos tipos cabernet sauvignon, pinot noir, syrah, merlot, zinfandel, grenache, tempranillo, malbec, petite sirah, cabernet franc e sangiovese.
Orgulhosos de sua produção, vinicultores californianos dizem que o Estado é a melhor região do mundo para degustar vinhos. "É preciso viajar por toda a França para conhecer as variedades de uva encontradas na Califórnia", diz Jim Fiolek, diretor executivo da Associação de Vinicultores de Santa Bárbara —uma das mais importantes regiões vinícolas dos EUA. Os microclimas e solos de Santa Barbara fazem da região a mais famosa produtora de chardonnay, pinot noit e syrah do país.
Onde ir
Além de Santa Barbara, pelo menos oito regiões californianas se dedicam quase que totalmente à vinicultura —Napa, Sonoma, Mendocino, Lake, Amador, Monterey, Santa Cruz, San Luis Obispo. Embora em menor concentração, também abrigam boas vinícolas as regiões de San Joaquin, Sacramento, Marin, Solano, San Diego, Alameda, San Bernardino e Riverside. Com tanta diversidade, fica difícil apontar a melhor região para degustar a bebida. Todas têm excelentes vinícolas, e o melhor destino depende da variedade de uva preferida do viajante.
Quem conhece pouco deve começar a viagem por Napa —região norte do Estado que fica menos de uma hora de carro de San Francisco— ou por Santa Barbara, a cerca de uma hora e meia de Los Angeles. Além de próximas de grandes cidades, as duas regiões têm grande variedade de uva e de vinhos.
Cada degustação inclui quatro ou cinco tipos de vinho e custa de US$ 10 a US$ 20. É o preço de uma taça de vinho em um bom restaurante.
A maioria dos fabricantes que organizam tour pela vinícola cobra mais, mas alguns oferecem visitas guiadas gratuitas. Os tours são educativos e mostram as instalações e todo o processo de produção da bebida. Muitos turistas contratam tours particulares e vão até as salas de degustação de limousine, de jeep ou de biblicleta.
Quando ir e o que fazer
A melhor época para fazer degustação de vinhos na Califórnia é do final de agosto ao final de setembro, quando a maioria das vinícolas faz a colheita das uvas. Além de ver a correria dos empregados recolhendo a fruta manualmente, o clima do período é dos mais agradáveis —ensolarado e quente durante o dia e fresco à noite. Nessa época, a temperatura média da região pode variar de 23 a 13 graus centígrados. Além disso, setembro é considerado mês de baixa estação, quando os preços das passagens aéreas e dos hotéis caem até 30%.
Degustação de vinhos é programa para casais, solteiros e grupos de amigos. Crianças são admitidas nas áreas de degustação, mas costumam ficar entediadas e acabam levando os pais mais cedo para o hotel. As vinícolas abrem as portas ao público entre 10h e 17h e quem quer continuar a beber vinho deve ir a um bar ou restaurante.
A vida noturna nas cidades vinícolas normalmente se restringe a jantares e não passa da meia-noite. Restaurantes lotam por volta das 19h e fecham as cozinhas antes das 22h. Algumas casas, especialmente em Sonoma e em Carmel —mais charmosa cidade da península de Monterey—, ficam abertas até as 2h, mas servem somente drinques e petiscos.
Quem gosta de atividade "outdoor" tem a opção de fazer balonismo em Sonoma, camping e ciclismo em Napa. Nas regiões também se encontram bons spas e "hot springs" (fontes de águas termais), além do Culinary Institute of America, que tem um restaurante impecável. Em Santa Barbara, Mendoncino e Monterey, há vastos campos de golfe.
Clique aqui para entender os rótulos e as uvas
Vinícolas da Califórnia
Você já esteve provando vinhos por lá? Conte
Site do país - www.usa.gov
Site de turismo do país - http://www.usa.gov/Citizen/Topics/Travel.shtml
Site de turismo da Califórnia - www.visitcalifornia.com
Site do Instituto do vinho na Califórnia - www.discovercaliforniawine.com
Consulados do Brasil na Califórnia - Há duas representações consulares do Brasil na Califórnia. Ficam nas cidades de San Francisco, ao Norte do Estado, e de Los Angeles, ao Sul. As regiões vinícolas de Sonoma, Napa, Mendocino, Clear Lake, Santa Cruz, Monterey e Amador estão sob a jurisdição do consulado de San Francisco. As de San Luis Obispo e Santa Barbara ficam mais próximas de Los Angeles.
Idioma - inglês é o idioma oficial dos EUA. Na Califórnia, turistas podem receber atendimento em espanhol, por causa do grande número de imigrantes e residentes de origem latina ou hispânica - 36%, segundo dados do US Census Bureau.
Fuso horário - entre março e outubro, o fuso horário da Califórnia é de quatro horas a menos do que o horário de Brasília. Quando o Brasil adianta os ponteiros do relógio em uma hora para economizar energia (horário de verão), o fuso sobe para cinco horas. Normalmente entre novembro e fevereiro, os EUA atrasam os ponteiros do relógio em uma hora. Nesse período, o fuso é de seis horas.
DDI - 1
Códigos de acesso
Sonoma, Napa, Mendocino e Clear Lake - 707
Monterey - 831
Santa Cruz - 831
Santa Barbara e San Luis Obispo - 805
Amador - 209
San Francisco - 415
Los Angeles - 213/310/323
Telefone local de emergência - 911 (para emergências médicas, incêndio e polícia)
Informações turísticas - Todas as cidades vinícolas da Califórnia têm pelo menos um centro de atendimento ao turista. Os centros oferecem mapas, guias e dão informações sobre tours, hotéis, atrações e transporte público.
Moeda - Dólar americano. Veja a cotação da moeda no site economia.uol.com.br/cotacoes/
Câmbio - As cidades que se dedicam à vinicultura na Califórnia são pequenas e a maioria não tem casa de câmbio. Para comprar a moeda do país, pode-se usar as agências dos aeroportos internacionais. É possível trocar "travelers cheques" nos bancos, mas normalmente tem cobrança de comissão de 0,50% a 2,5% sobre o valor trocado, ou taxa de U$ 10 a U$ 30, por transação. Em Sonoma, o Bank of America faz a troca de "travelers cheques" da American Express gratuitamente. Quem tem cartão de débito internacional pode usar os bancos 24 horas conveniados às redes Cirrus e Plus para retirar dólar, mas há bancos que limitam em US 200 ou U$ 300, por dia, o valor máximo de dinheiro liberado nessas transações. Na Califórnia, os bancos abrem de segunda a sexta, das 9h às 17h, e aos sábados, das 9h às 14h. Algumas agências adotam horários diferentes aos sábados.
Gorjetas - Entre 15% e 20% sobre o valor total gasto em restaurantes, bares e corridas de táxi ou de limousines. Normalmente, os clientes dão 16%, o dobro do valor do imposto cobrado pelo Estado da Califórnia, que é de 8,5% e que vem incluído nas notas fiscais de qualquer produto ou serviço. As gorjetas nos EUA não são obrigatórias, mas é praxe.
Telefone - Da Califórnia para o Brasil, deve-se discar 011 55 antes do DDD da cidade e do número de telefone. Para telefonar de uma cidade para outra dentro dos EUA, é preciso discar 1 antes do código de área da cidade e do número do local.
EX1: ligando de Sonoma para São Paulo, no Brasil
011 55 11 + número do telefone
EX2: ligando de San Francisco para Sonoma
1 707 + número de telefone
As ligações feitas dos hotéis custam caro. A melhor opção para telefonar para o Brasil é usar cartão telefônico internacional ou telefones públicos. No geral, cada moeda de U$ 0,25 Cents dá direito a dois minutos de ligação para os EUA e um minuto para o Brasil, mas os preços variam de acordo com a cidade. Os cartões são vendidos por U$ 5, U$ 10 e U$ 20 em qualquer supermercado ou loja de conveniência. Cartões de U$ 20 oferecem, em média, mil minutos de ligação da Califórnia para o Brasil. Na cidade de Carmel não há telefones públicos.
Correios - As agências de Correios funcionam de segunda a sexta, normalmente, das 9h às 17h. Algumas abrem aos sábados ou aos domingos, em horários variados. Endereços e horários de funcionamento estão disponíveis no site www.switchboard.com/usps.1355/dir/6_0/index.htm?mem=1355.
Internet - Todas as cidades que compõem a "California Wine country" (Califórnia Terra do vinho, na tradução literal) têm "cyber café" ou "lan house" com acesso à Internet. Hotéis cotados em mais de três estrelas costumam oferecer conexão rápida e gratuita.
Segurança - As cidades vinícolas são pacatas e seguras. É possível fazer passeios a pé, de bicicleta ou de carro em qualquer local e hora, sem preocupação com assalto ou roubo. O perigo nessas regiões está nas estradas. Em Sonoma, Napa, Mendocino, Monterey, Santa Cruz e Santa Barbara, elas são sinuosas e têm iluminação precária. Há avisos que advertem sobre a proibição de dirigir alcoolizado em todas elas (Report drunk drivers; call 911), mas numa região com cerca de 2.700 vinícolas, é melhor dirigir com cautela.
Lei que regula uso de bebida alcoólica - Em todo o Estado, é proibido ingerir bebida alcoólica nas ruas e nos carros. Garrafas de bebida só podem ser transportadas dentro de veículos de passageiros se estiverem lacradas. Dirigir alcoolizado na Califórnia leva resulta em prisão de quatro dias a seis meses, suspensão da carteira de motorista e multa de U$ 390 a U$ 1000. Turistas flagrados bêbados enquanto dirigem podem perder o direito de obter visto de entrada nos Estados Unidos. A lei que regula direção sob efeito do álcool na Califórnia e a tabela de nível alcoólico usada pela polícia podem ser conhecidas no site http://dui.drivinglaws.org/california.php (em inglês).
Voltagem e tomadas - Na Califórnia, a voltagem mais comum é de 110 volts, mas há hotéis e pousadas que usam também a de 220 volts. As tomadas têm dois pinos planos - um mais largo e outro mais estreito.
Pesos e medidas - Nos EUA, em vez de graus centígrados, mede-se a temperatura em fahrenheit. Em lugar de quilo, usa-se libra para peso, e, em vez de quilômetros, calcula-se distância em milha. Litros devem ser convertidos em galões. Veja equivalência.
1 milha = 1,61 km
1 lb. = 453,59 g
1 galão = 3,787 litros
32 F = 0 C
Equação para converter Fahrenheit em centígrados:
[graus fahrenheit] - 32 x 5 : 9 = graus centígrados
Ex: 90 graus Fahrenheit - 32 x 5 : 9 = 32,2 graus centígrados
Equação para converter centígrados em fahrenheit:
[graus centígrados] x 9 : 5 + 32 = Graus Fahrenheit
Ex: 32,2 x 9 : 5 + 32 = 90 graus Fahrenheit
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