Mara Gabrilli, deputada federal

Cadeirante desde 1994, após sofrer um acidente de carro, a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) indica as praias de Miami, ao longo da Ocean Drive, como bastante acessíveis para as pessoas com dificuldades de locomoção. “Em alguns pontos, há uma espécie de tapete, como se fosse um carpete, sobre a areia, o que nos permite chegar ao mar”, diz. 

 

Mara conta que a grande dificuldade dos cadeirantes é que a roda da cadeira emperra com facilidade na areia, por isso, ela sempre procura locais mais planos para ter acesso ao mar. “Consigo chegar até a água em várias praias no Brasil, como na Barra da Tijuca (RJ) e em Guarajuba (BA), por exemplo.” 

 

A deputada confessa, no entanto, que suas praias favoritas ficam na Bahia, sendo Trancoso a sua preferida, mas explica que nela é mais difícil se locomover com a cadeira de rodas. “Não é a mais prática. Dá muita mão de obra. Alguém sempre tem que fazer muita força para eu conseguir chegar na areia, e depois no mar”, conta. Ela também diz que visita, desde criança, a região de Angra dos Reis (RJ). E que lá também precisa da ajuda de amigos e familiares para se divertir. “Como a maioria das praias de Angra você tem que visitar de barco, é sempre uma aventura. Tem que ter alguém para me levar do barco até a areia e depois trazer de volta.” 

 

Para Mara, há omissão das prefeituras brasileiras para garantir a acessibilidade das praias. “Está na Constituição. Todos os espaços devem ser democratizados. E o que pode ser mais democrático que a praia, que é gratuita?” Ela lembra de um episódio, em  Caraguatatuba (SP), que mobilizou muito os deficientes. “A prefeitura colocou balizadores para impedir a entrada de carros na areia, mas eles ficavam tão próximos uns dos outros que impediam a passagem inclusive das cadeiras”, conta. “E as pessoas deficientes não podem pagar pela falta de educação dos outros.”

 

A deputada cita algumas iniciativas brasileiras que têm facilitado a vida dos cadeirantes nas praias. O projeto Cadeira Anfíbia, do Governo do Estado de São Paulo, é um deles. Os equipamentos, usados na presença de um monitor, facilitam os banhos de mar dos deficientes. Além disso, segundo Mara, a praia das Astúrias, no Guarujá (SP), chegou a ter um tapete de neoprene que era usado para facilitar o deslocamento na areia.

 

Já para os locais onde não há equipamentos especiais, a dica da deputada é procurar áreas planas e com areia mais firme. “Ás vezes, fico em pousadas longe da praia, mas onde o caminho até o mar é plano.”

 

COMO CHEGAR

 

Para frequentar as praias de Miami Beach, a principal porta de entrada é o Aeroporto Internacional de Miami, terminal que recebe voos provenientes de cidades brasileiras como São Paulo, Recife e Rio de Janeiro. Algumas companhias internacionais contam com voos com escalas em cidades americanas, como Atlanta, Dallas e Nova York.

 

Para sair do aeroporto em direção a regiões mais turísticas como Miami Beach ou o porto da cidade, a opção mais barata é utilizar o táxi coletivo, conhecido como "shuttle shared". O serviço é oferecido por um preço fixo, mas deve ser evitado por quem tem horários apertados, uma vez que a van costuma passar por diferentes hotéis.