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Iluminação e tecnologia mudam nossa percepção de espaço na cidade

Mídia imersiva e o encontro do real com o digital nas cidades - Festival Path 2019 - Marília Pasculli - Marcelo Justo/UOL
Mídia imersiva e o encontro do real com o digital nas cidades - Festival Path 2019 - Marília Pasculli Imagem: Marcelo Justo/UOL

Giacomo Vicenzo

Colaboração para o Urban Taste, em São Paulo

03/06/2019 12h40

A mídia urbana faz parte da iluminação da cidade, ela está presente desde os toldos publicitários e iluminação de grandes prédios comerciais até intervenções artísticas, como a que Marília Pasculli, curadora de arte digital pode proporcionar aos paulistanos ao criar a Galeria de Arte Digital SESI-SP, instalada no edifício-sede Fiesp/Sesi-SP e que traz com frequência mensagens e interações com o público.

Pasculli apresentou a mesa 'Mídia imersiva e o encontro do real com o digital nas cidades', que fez parte do Festival Path, o "Maior evento de inovação e criatividade do País, que aconteceu neste fim de semana, na região da Avenida Paulista, em São Paulo. Neste ano, o evento foi apresentado por TAB.

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A curadora de arte digital traçou a história da mídia urbana e falou sobre a relação da luminosidade com a cidade. "A luz representa duas coisas. Espetáculo de uma obra artística ou poder, geralmente ligado ao capitalismo, quando grandes estruturas na cidade são iluminadas", explica.

Ela também fala do digital nas entrelinhas da cidade, que geralmente passa desapercebido. "O real e o virtual se fundem em um ritmo frequente. A camada digital operacional da sociedade é onipresente. A gente só se dá conta dessas camadas quando o Wi-Fi para de funcionar, por exemplo", diz Marília.

Fez parte da palestra a apresentação de obras como o "Vectorial Elevation", feito pelo artista mexicano Rafael Lozano-Hemmer em 1999, que permitiu que usuários interagissem escrevendo mensagens na Praça da Constituição na Cidade do México.

"Vectorial Elevation" at Zócalo Square (1999) by Rafael Lozano-Hemmer from bitforms gallery on Vimeo.

No entanto, Marília alerta que não precisa ser super tecnológico para ser imersivo. "Quando se está na cidade já se está em um espaço imersivo. Tudo que atinge a visão periférica é imersão", explica.

O brilho artificial que ilumina as grandes metrópoles também pode atingir de forma negativa a noção espacial e de tempo de humanos e animais. "Pássaros, morcegos e insetos mudam seus hábitos naturais por conta da luz artificial. A interferência urbana fez milhões de aves do Canadá mudarem seu fluxo imigratório", exemplificou.
Ao fim das falas da curadora, ficou claro que o equilíbrio da cidade também está ligado as suas luzes e artes, mas outro elemento promete ter um poder transformador nesse processo. "Nossa tecnologia está mudando nossa percepção de espaço", disse Marília.

Clique aqui para conferir a cobertura completa do Festival Path 2019

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