Anelis Assumpção indica redutos de empoderamento negro em São Paulo
Letras repletas de crítica social, em palavras que contam também histórias de amor, vivências e até comida. A cantora e compositora Anelis Assumpção vai tecendo suas músicas com tudo o que experiencia, fora ou dentro. E é aqui na capital onde a paulistana mora e difunde seu trabalho. Voz poderosa e ativa do movimento negro na cidade, ela é referência também quando o assunto é visibilidade e empoderamento em São Paulo.
Anelis lançou seu terceiro disco, "Taurina", há cerca de um ano, e mistura em seu trabalho pitadas de dub, afrobeat, grooves brasileiros, vocais originais, sensuais e arranjos irreverentes. Irreverência, aliás, herdada do pai, o falecido cantor e compositor Itamar Assumpção. Seja nas redes sociais, onde divide sua vida musical e pessoal, ou em cima do palco, Anelis tem sempre uma palavra ou uma canção de encorajamento para dividir com quem a escuta.
Ela compartilha com o Urban Taste redutos de resistência e empoderamento negro, espaços que, seja pela história ou curadoria acessível, acolhem e estão de portas abertas para todos. Há restaurante, centros culturais, teatro na periferia e espaços de programação ampla e possível. Aliás, Anelis alerta: "É preciso ocupar os espaços públicos das periferias".
Aparelha Luzia
"Indescritível! Uma experiência única, um espaço de conforto espiritual." A casa é política desde sempre, a começar por sua fundadora, a pernambucana Érica Malunguinho, eleita em 2018 primeira deputada estadual transexual de São Paulo. Depois, pela escolha do nome: Aparelha era o nome dado aos esconderijos onde ativistas da ditadura militar se refugiavam. Luzia é o nome do fóssil mais antigo encontrado na América, mais precisamente em Minas Gerais. É na Aparelha que acontecem festas, exibições de filmes, performances, dança e teatro, assim como debates sobre temas ligados aos direitos humanos. Além de tudo isso, ainda tem "comida boa, música boa e axé!", claro!
Vai lá:
Rua Apa, 78, Campos Elíseos, São Paulo.
Quinta a domingo, das 20h às 1h.
Sexta e sábado até as 3h.
Telefone: (11) 3467-0998
Teatro Martins Penna
"Está localizado no bairro da Penha, Zona Leste de São Paulo, e resiste com uma programação muito rica e variada. É preciso ocupar os espaços públicos das periferias", reforça. Não podemos contar a história do teatro sem falar da sede por cultura das pessoas que moram pela região. A casa foi idealizada pelos moradores do bairro, que reuniram 50 mil assinaturas reivindicando a criação de um espaço cultural ali -- vale dizer que Itamar Assumpção morou lá até morrer, em 2003, aos 53 anos. Assim, nasceu o Teatro Martins Penna em 1970. Após uma reforma, o teatro foi entregue à população no dia 7 de dezembro de 2012, junto com a inauguração oficial do Centro Cultural Municipal da Penha. O espaço é referência de cultura da região com programação diferenciada e diversificada.
Vai lá:
Largo do Rosário, 20, Penha, São Paulo.
Veja a programação no site.
Telefone: (11) 2295-0401 / 2227-0439
Mundo Pensante
"Casa de shows variada, popular, inclusiva e ainda tem um anexo, o Lab Mundo Pensante, com uma programação que abrange cursos e oficinas bastante acessíveis." Localizados no coração do bairro do Bixiga, o Mundo Pensante, o Lab Mundo Pensante e o Estúdio Bixiga, idealizados pelo produtor cultural Paulo Papaleo, são interligados e complementares. Lá rola música ao vivo, exibições de filmes, workshops, exposições de arte, cursos e oficinas, como a focada em música negra experimental. Já passaram pelo palco do MP, por exemplo, grandes nomes da música brasileira, como Jards Macalé, e do rap nacional, como Baco Exu do Blues, BNegão, Tássia Reis e Diomedes Chinaski.
Vai lá:
Lab Mundo Pensante
Rua Treze de Maio, 733, Bela Vista, São Paulo.
Segunda a sexta, das 14h às 22h.
Estúdio Bixiga
Rua Treze de Maio, 825, Bela Vista, São Paulo.
Sexta e sábado, das 21h às 6h.
Mundo Pensante
Rua Treze de Maio, 830, Bela Vista, São Paulo.
Terça, das 21 às 4h.
Quinta, das 21h às 4h.
Sexta e sábado, das 23 às 6h.
Telefone: (11) 5082-2657
Conceição Discos
"É um restaurante e loja de disco. Tem também cerveja gostosa, música boa, chá de hibisco e o sorriso da Talitha Barros -- a cozinheira mais charmosa de São Paulo", brinca Anelis. Aberta em 2014, tem cardápio pensado para atender à fome de todos (o dia todo): há o pão de queijo simples (R$ 5) ou com pernil e ovo (R$ 19) -- o carro-chefe da casa. A chef e proprietária Talitha Barros é quem comanda o fogão, bem no meio de todos. De lá, ela prepara um tipo de arroz por dia. A cantora dá a dica: "Peça o arroz de pato (R$ 38), servido às quintas-feiras".
Vai lá:
Rua Imaculada Conceição, 151, Vila Buarque, São Paulo.
Terça a sábado, das 10h às 21h.
Todo último domingo do mês, das 12h às 18h.
Telefone: (11) 3477-4642
Galeria Olido
"Ocupação central, tem programação para terceira idade, baile, fácil acesso e cultura. Um prédio que resiste ao tempo da gentrificação, oferece cinema baratinho, show baratinho e sempre uma exposição importante." Sua história é antiga. Primeiro veio o cinema, o Cine Olido, na década de 1970. Após seu fechamento, reforma e reabertura em 2004, renasceu com o nome de Galeria Olido, mais conhecida como centro cultural por seus diversos espaços dedicados à música, ao teatro, à dança, artes plásticas, fotografias, além, claro, do cinema.
Vai lá:
Avenida São João, 473, Centro, São Paulo.
Segunda a sexta, das 10h às 20h. Fecha terça-feira.
Sábado, domingo e feriados, das 13h às 20h.
Telefones: 3331-8399 ou 3397-0171
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