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Conversa de Portão #66: Como lidar com a Síndrome da Impostora em um país racista?

De Universa, em São Paulo

02/08/2022 04h00

Este episódio de Conversa de Portão debate a chamada Síndrome da Impostora pela perspectiva racial. A mestre em educação na área da psicologia Ariane Kwanza Tena fala sobre como o racismo estrutural empurra a população negra para esse sentimento, de estar no lugar errado mesmo sabendo que é capaz de ocupá-lo.

Ela conta que a Síndrome da Impostora é um conceito formulado por algumas pesquisadoras envolvidas em lutas feministas na década de 1970. "Não é um diagnóstico oficial, é um conceito a partir de uma análise empírica de alguns sintomas. Essas pesquisadoras são autoras que entram em meios intelectuais a partir da primeira onda de feminismo e começam a conceituar" (a partir de 2:00 do arquivo acima).

Esse sentimento de que você está no lugar errado, que não merece, e por isso prefere esconder as próprias habilidades é mais frequentemente relacionado às mulheres. Uma pesquisa divulgada em 2021 por uma plataforma de conhecimento e negócios, chamada Panorama Mulheres nos Negócios, diz que das 783 mulheres em posições de liderança ouvidas em todo o Brasil, 43% disseram que têm medo de falhar e 52% não gostam nem de falar sobre suas conquistas profissionais.

No entanto, Ariane Kwanza diz que a população negra é a que mais sofre, e falta fazer o recorte racial nessa análise. "Uma coisa são mulheres brancas não se sentindo pertencentes àqueles espaços e disputando com seu par branco. Outra coisa somos nós, negras, começando agora a sermos inseridas nessa lógica que não foi feita para nós, Ainda estaremos inseridas como cotas por muito tempo" (a partir de 11:09 do arquivo acima).

O Conversa de Portão é um podcast produzido pelo Nós, Mulheres da Periferia em parceria com UOL Plural, um projeto colaborativo do UOL com coletivos e veículos independentes. Novos episódios são publicados toda terça-feira.

Os podcasts do UOL estão disponíveis em uol.com.br/podcasts e em todas as plataformas de distribuição. Você pode ouvir Conversa de Portão, por exemplo, no Youtube, no Spotify e no Google Podcasts.