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Sexoterapia #41 - Idealizar, controlar, boicotar: 7 atitudes que te afastam do amor

de Universa

25/12/2020 04h00

Marcelo, 34, está vivendo um amor platônico há cerca de um ano. Ao podcast Sexoterapia, ele disse que não passa um dia sem mandar alguma mensagem como pretexto para falar com a mulher de seus sonhos. "Ela foi muito clara sobre o sentimento que tem por mim: amizade. Eu aceitei ser amigo dela, mas, no fundo, tenho esperança de que isso mude." A esperança de que o outro mudasse de ideia também foi o que fez com que Érica, 44, continuasse saindo com um cara que, desde o início, disse que não queria se relacionar seriamente. "A gente sempre acha que com a gente vai ser diferente. Mas não foi", contou.

Idealizar, projetar e achar que vai conseguir mudar o outro, como nos casos de Marcelo e Erica, estão entre os motivos que dificultam ou mesmo impedem um relacionamento. A sexóloga Ana Canosa, apresentadora do podcast, e o cronista e poeta Fabrício Carpinejar, convidado do episódio, listam outras atitudes que espantam o amor:

1. Idealizar
É se satisfazer com o ideal daquilo que poderia vir a ser. "O amor platônico se baseia nisso. A pessoa se refugia na idealização amorosa como um refresco para a frustração da vida", explica Ana.

2. Projetar
Para Carpinejar, a principal diferença entre idealização e projeção é que na primeira a pessoa quer algo de alguém, ela tem uma exigência amorosa. "Já na projeção, você se contenta com qualquer coisa. É como se a vida fosse um jarro vazio, e você o enche com o conteúdo que o outro pode dar, ou melhor, não pode dar. E você se contenta com migalhas, com esmolas", afirma.

3. Boicotar
Há pessoas que, apesar de dizerem que quer um relacionamento, fazem de tudo para boicotá-lo. Como, por exemplo, pessoas que frequentemente se envolvem com parceiros comprometidas. "Já se envolve com a impossibilidade, pois talvez não queira assumir o compromisso, não esteja disposto a fazer o trabalho árduo da relação de cotidiano", diz Ana Canosa. Segundo Carpinejar, esses indivíduos ficam felizes por não acontecer o relacionamento. "Dessa forma, não precisam modificar em nada o seu lugar."

4. Controlar
Outras pessoas constroem sozinhas o enredo de uma história a dois. "Elas são controladoras, não permitem improvisos, sobressaltos, estão tão fora da realidade, que a única realidade que existe é dentro delas. E ai do outro se outro não descobrir e cumpri-la", afirma Carpinejar.

5. (não se) Apegar
Ocorre com quem é viciado na fase do apaixonamento, na sedução. Por isso, sai de um parceiro para o outro. "Desenvolver um relacionamento onde se possa mostrar vulnerabilidade é mais difícil para algumas pessoas", afirma Ana Canosa.

6. Converter
Para Carpinejar, não há sentido em criticar as pessoas que são honestas em dizer que não estão a fim de se comprometer, que não querem um relacionamento. "O problema está em quem acredita que o amor é uma igreja, que por meio dele vai converter o outro", afirma. "O amor não muda ninguém. No máximo, em uma convivência, a pessoa pode se ajustar, se adaptar, mas transformação radical, como se fosse milagre, não existe. Ninguém tem o dom mágico de tocar a pessoa e curá-la", conclui.

7. Buscar
A fórmula para encontrar o amor, segundo Carpinejar, é não precisar de ninguém, é estar bem consigo mesmo. "Se você tem a sua vida bem resolvida, a sua solidão bem orquestrada, com os instrumentos afinadíssimos, vai surgir um amor para querer incomodar isso", afirma. Quem corre correr atrás de um amor desesperadamente, segundo ele, não encontra nada, porque falta o amor próprio. "A pessoa que busca o amor é aquela pessoa que exagera no perfume. Pensa que está agradando, mas apenas está espantando, criando alergias", conclui.

Para saber mais

  • Livros: "O curso do amor", Alain de Botton; "Amor, Poesia ,Sabedoria", Edgar Morin; "O Amor Companheiro", Francisco Daudt da Veiga; "O livro do Amor", Regina Navarro Lins; "Amor na Vitrine", Regina Navarro
  • Série: Modern Love (Amazon)

Acompanhe o Sexoterapia

Amor é o tema do quadragésimo primeiro episódio do podcast Sexoterapia. Este é o último episódio da quinta temporada do programa, dedicada a refletir sobre dilemas masculinos. Nesse episódio, as apresentadoras Marina Bessa, jornalista, e Ana Canosa, sexóloga, recebem o poeta e cronista Fabrício Carpinejar.

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