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Sexoterapia #10: Sexo oral é melhor entre mulheres?

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De Universa

21/02/2020 04h00

No ano passado, a ativista política Mariana, 37, de São Paulo, se descobriu bissexual e passou a se relacionar com mulheres. Dentre todas as descobertas dessa nova fase, o que mais a surpreendeu foi a diferença entre o sexo oral feito por homens e o feito por mulheres, conforme contou ao podcast Sexoterapia. "O ato fluiu de maneira muito gostosa, sem afobação, com muita delicadeza. E o gozo chegou com mais facilidade. Acredito que essa seja a maior diferença entre o sexo oral praticado por mulheres", conta. (veja o relato completo no quadro abaixo).

Essa facilidade de chegar ao orgasmo com outra mulher também foi citada em um estudo americano com mais de 24 mil pessoas. As mulheres heterossexuais entrevistadas disseram que haviam gozado em 65% das relações, enquanto entre as lésbicas o percentual de clímax foi de 86%. Ainda que não haja dados específicos sobre sexo oral, a sexóloga Ana Canosa, apresentadora do Sexoterapia, acredita, que entre mulheres, provavelmente, o investimento no sexo oral seja maior. "Talvez na relação homoafetiva essa intimidade vá acontecendo de maneira mais fácil, pois são duas mulheres, que têm o mesmo aparelho genital, embora cada uma tenha uma resposta diferente ao estímulo", afirma.

O principal ponto em comum entre o sexo oral heterossexual e o homoafetivo é a necessidade de proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (IST). "Existe a falsa ideia de que as mulheres lésbicas não se infectam. O risco existe e deve ser evitado", afirma a sexóloga, citando uma pesquisa feita no Brasil entre 2013 e 2014 com 582 mulheres que fazem sexo com mulheres. O levantamento mostrou que só 6,7% das entrevistadas usaram plástico filme para fazer sexo oral nas suas parceiras. "É muita gente se arriscando a contrair clamídia, sífilis, herpes, gonorreia, HPV, Hepatite, e outras doenças", afirma.

Ana explica que o plástico filme citado na pesquisa é aquele de PVC, usado na cozinha e que também é uma das ferramentas para praticar sexo oral seguro entre mulheres, pois cobre toda a área genital com mais facilidade. Outras formas de evitar doenças são abrir um preservativo e usar o látex em cima da vulva feminina ou a camisinha feminina, que pode ser interna ou externa.

"Explorar o corpo feminino me excitou"

Confira o depoimento de Mariana:

"A primeira vez que recebi sexo oral de uma mulher foi no ano passado, com 36 anos. A prática requer um pouco de desprendimento, que no início não tive. Afinal, também era a primeira vez que me relacionava com uma pessoa do mesmo sexo. Porém, a tensão não demorou a passar, o ato fluiu de maneira muito gostosa, sem afobação, com muita delicadeza. E o gozo chegou com mais facilidade. Acredito que essa seja a maior diferença entre o sexo oral praticado por mulheres. Parece que há uma intimidade "de cara", diálogo e, o mais importante, não há pressa, pressa essa que os homens geralmente têm. Muitos dos homens com os quais me relacionei não tinham paciência para o oral, exploravam pouco a vagina (e outras zonas erógenas) para "ir logo" para a penetração. Um grande equívoco, porque nem sempre isso é prazeroso. Dou muito valor às preliminares durante a relação, e a "sede ao pote" decepciona, estragando todo o resto. Tive nojo quando foi a minha vez de fazer - textura, cheiro, doença, enfim, muita coisa passou pela minha cabeça. Além disso, havia a minha insegurança de "fazer certo". Mas as sensações de repulsa e a insegurança também não duraram por muito tempo. Explorar o corpo feminino me excitou, e gozei só de senti-la respondendo aos meus estímulos. Sensação que nunca havia tido anteriormente".

Acompanhe o Sexoterapia

Sexo oral é o tema do décimo episódio do podcast Sexoterapia, um espaço criado por Universa para falar de sexo e relacionamento. Nesse episódio, as apresentadoras Marina Bessa, editora chefe de Universa, e Ana Canosa, sexóloga, recebem a sexóloga Aline Castelo Branco.

Sexoterapia está disponível no UOL, no Youtube de Universa e nas plataformas de podcasts, como Spotify, Apple Podcasts, no Castbox e Google Podcasts.