Um estudo da consultoria McKinsey & Company aponta que, antes da pandemia do coronavírus, 34% das marcas de moda enfrentavam problemas financeiros nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa. Depois da crise, com fechamentos das lojas por cerca de três meses, a previsão é de que mais de 80% das empresas do setor tenham que encarar dificuldades para se manterem vivas.
No Brasil, as perspectivas seguem incertas e desafiadoras, especialmente para as pequenas marcas e os criadores independentes, que não contam com grandes reservas financeiras ou apoio de investidores externos. Alguns deles, inclusive, estão lidando neste momento com o prejuízo do cancelamento da São Paulo Fashion Week, que, se não fosse a pandemia, estaria acontecendo neste momento.
O que faz uma marca resistir ou não a um momento de crise? Tentando desvendar uma resposta que está longe de ser simples, quatro nomes de destaque da moda brasileira, com negócios criados há no máximo 5 anos, relatam suas experiências diante destes tempos e suas perspectivas para o futuro.
Em comum, os diretores criativos acreditam em um modo de produção consciente, além de uma rede de apoio colaborativa entre as próprias marcas. Se pensar em roupa agora parece irrelevante, os estilistas acreditam que, mais do que nunca, a forma como consumimos vai assumir novos contornos sociais —e a moda, para fazer sentido, precisará estar ainda mais aliada à arte e a um propósito. A seguir, a palavra está com eles.