Topo

Universa em Campo

Estrelas do futebol feminino em guerra pela equiparação salarial com homens

Divulgação
Imagem: Divulgação

Da RFI

06/06/2019 18h37

Melhor time do planeta e tricampeão mundial, a seleção feminina de futebol dos Estados Unidos também se destaca por seu compromisso social, que vai muito além dos gramados. Apesar das frequentes tensões com sua federação, estrelas como Megan Rapinoe e Alex Morgan vão além das fronteiras esportivas. Em um país onde o "futebol" é há muito tempo considerado um esporte feminino, as jogadoras de Jill Ellis brilham em campo e pressionam por uma melhor consideração junto a seus pares masculinos.

Nesta sexta-feira (7), acontecerá o pontapé inicial da Copa do Mundo Feminina de Futebol na França. Será um mês de competição, até a final em 7 de julho, em Lyon. O primeiro jogo vai colocar a França contra a Coreia do Sul. Fora do campo, no entanto, outro jogo é jogado pelas estrelas femininas do futebol francês: a diferença entre o peso econômico do futebol feminino e masculino.

Na disputa pelo troféu de equidade salarial, a África do Sul sai na frente. As mulheres receberão bônus de desempenho "quase equivalentes" às de Bafana-Bafana, a equipe masculina que participará da Copa Africana de Nações.

Outro exemplo do outro lado do planeta, na seleção norueguesa: os jogadores homens aceitaram há dois anos em reduzir seus salários para que as mulheres possam receber tanto quanto eles. No entanto, Ada Hergerberg, primeira Bola de Ouro da História do futebol feminino, decidiu não participar da Copa do Mundo da França, mesmo tendo seu salário alavancado aos níveis da seleção masculina norueguesa.

Para Hergerberg, no entanto, esta medida é considerada insuficiente. Ela acredita que a igualdade entre homens e mulheres no mundo do futebol também envolve respeito, facilidades e investimentos. "A base da base está nas atitudes, respeito pelas meninas que jogam futebol. Se esta base de respeito existir, haverá mais meios, facilidades, investimentos. Tudo está ligado. Há uma evolução e isso é bom ", explicou ela ao Le Parisien.

Tribunal

As jogadoras da seleção norte-americana de futebol chegaram a apresentar uma queixa pela reparação salarial em no Tribunal Federal no ano passado. O objetivo: renegociar o acordo coletivo entre a equipe nacional e a federação (Federação de Futebol dos Estados Unidos).

O resultado: a queixa obrigou a Federação de Futebol dos Estados Unidos - após um ano de negociações muito tensas - a aumentar as bonificações e os bônus pagos às jogadoras selecionadas para a seleção em valores quase idênticos aos da equipe masculina.

"Foi muito tenso entre a equipe e a federação. Houve um enorme confronto, mas não queríamos deixar de ir, porque também sabemos que o resto do mundo do futebol feminino está nos observando e podem usar nosso exemplo ", disse Carli Lloyd, uma das estrelas do time dos Estados Unidos.

Futebol feminino, um mercado em crescimento

A economia do futebol feminino evolui a passos largos: o investimento para a Copa do Mundo em 2019 dobrou em comparação com a competição anterior, em 2015. Quanto aos direitos de TV, o Canal +, que começou a transmitir todos os jogos femininos nesta temporada da Divisão 1, concordou, de acordo com o Le Parisien, em pagar ? 1,2 milhões por ano durante 5 anos; em 2017, o canal pagou apenas ? 200 mil. Outro exemplo na Espanha: o Mediapro Group agora paga ? 3 milhões por ano em direitos. Antes, ele transmitia o futebol feminino ... de graça.

A evolução acontece também em termos de patrocínio. Uma famosa marca de cartão de crédito assinou um contrato com a UEFA, a organização europeia, por um período de sete anos. A Adidas e a Nike também apostam no esporte feminino. Adidas prometeu pagar os bônus das jogadoras vencedoras da Copa do Mundo equivalentes aos concedidos aos homens. E a toda poderosa Nike acaba de publicar um longo anúncio aconselhando garotas jovens a não "mudar seus sonhos", mas a "mudar o mundo".

Universa em Campo