Galliano vai a julgamento na França por caso de antissemitismo
PARIS (Reuters) - O estilista britânico John Galliano será levado na quarta-feira a julgamento na França acusado de proferir insultos antissemitas a clientes de uma cafeteria, em uma série de ataques que destruiu sua imponente carreira.
Galliano, de 50 anos, foi demitido em março do cargo de diretor criativo do império da moda Dior, depois que um vídeo na Internet mostrou o estilista, aparentemente embriagado, dizendo a uma mulher "amava Hitler" e que os pais dela poderiam ter sido mortos em uma câmara de gás em um campo de extermínio nazista.
ENTENDA O CASO
- Galliano acusa advogado de desviar dinheiro
- Estilista é demitido da própria marca
- Dior não tem pressa em substituir Galliano
- Sem Galliano, Dior desfila em clima de luto
- John Galliano pede perdão por sua conduta e nega antissemitismo
- John Galliano é demitido da Christian Dior após dizer que "amava Hitler"
- Polícia interroga Galliano sobre acusações
O vídeo, filmado em dezembro do ano passado, estremeceu o mundo da moda enquanto surgiam queixas de dois incidentes separados nos quais o estilista britânico teria feito insultos antissemitas. Os casos serão abordados no julgamento que começa na quarta-feira.
Se considerado culpado, Galliano poderá ter de pagar até 22 mil euros em multa e ser sentenciado a pena de prisão de seis meses, disseram fontes ligadas ao caso.
O estilista, que depois de ser demitido da Dior recebeu tratamento por uso de múltiplas substâncias, comparecerá ao tribunal e testemunhará que não é racista, nem antissemita, mas um viciado que perdeu o controle de suas palavras, disse seu advogado.
"Uma coisa óbvia é que John Galliano estava doente", afirmou à Reuters o advogado Aurelien Hamelle.
A promotoria apresentará Galliano como um homem intolerante cujos ódios e preconceitos vieram à tona quando estava bêbado.
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