Luxuoso mercado de jóias começa a sentir impacto da crise
Por Svetlana Kovalyova
VICENZA, Itália (Reuters) - O mercado de jóias italiano começou a sentir o impacto da fraqueza da demanda do consumidor nos últimos meses, em meio à intensificação das preocupações sobre o desaquecimento das economias mundial e dos Estados Unidos.
Investidores olham para os fabricantes de produtos de luxo em busca de sinais de desaceleração para ver se a menor confiança do consumidor alcançou também as camadas mais altas do mercado.
Falando na feira internacional de jóias em Vicenza, grandes joalheiros italianos, antes otimistas pelo alto poder aquisitivo da sua clientela, afirmaram que o crescimento das vendas pode diminuir neste ano, pois a incerteza sobre o mercado norte-americano, atingido por uma crise hipotecária, enfraqueceu os gastos do consumidor.
"O mercado norte-americano está em declínio. As pessoas conseguem vender muito menos jóias do que antes", afirmou o designer Roberto Coin, que vende a maior parte de suas encomendas de peças em ouro com diamantes na América do Norte.
A Itália é o país que mais exporta jóias no mundo e é a líder no desenho das peças. Suas vendas para os Estados Unidos --o maior mercado consumidor de jóias do mundo-- caíram 20 por cento em 2007, de acordo com os últimos dados da indústria.
O Bulgari, maior grupo joalheiro da Itália, teve quase 9 por cento de queda nas vendas nos Estados Unidos no primeiro trimestre e disse na quinta-feira que sua performance no mercado norte-americano estava abaixo das expectativas.
As vendas da joalheira italiana de diamantes Zydo, com preços variando entre 5 mil dólares e 150 mil dólares, caíram 20 por cento nos Estados Unidos e estavam estáveis nos demais mercados.
Coin disse à Reuters que suas vendas nos Estados Unidos e no mundo cresceram mais de 30 por cento nos primeiros cinco meses de 2008, mas ele não estava certo de que manteria esse desempenho neste ano.
O joalheiro Umberto Picchiotti disse que as vendas do ano de sua exportadora devem cair, após um crescimento de 10 a 15 por cento no primeiro trimestre. Ele afirmou que os negócios no primeiro trimestre nos Estados Unidos foram ajudados pela comercialização de peças com altos preços, mas que o número geral de vendas diminuiu.
Paola De Luca, co-fundadora e diretora de criação da TJF, uma consultoria e grupo de pesquisa do setor, disse que ainda há grandes compradores o suficiente e que havia lista de espera para comprar as grandes marcas internacionais.
"As pessoas que têm dinheiro querem algo único, encomendado. Então, os joalheiros de produtos de grande identidade estão indo bem. Mas os de nível médio e anônimos estão sofrendo", completou.
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