Transar demais alarga a vagina? Especialistas explicam se é mito ou verdade

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Entre os muitos mitos que ainda cercam a sexualidade feminina, um dos mais persistentes é o de que fazer muito sexo pode alargar a vagina. A ideia, que atravessa gerações e ainda aparece em comentários e produtos que prometem "rejuvenescer" a região íntima, não tem fundamento científico.
A vagina é um órgão elástico e altamente adaptável, projetado para expandir e retornar ao seu formato original. Durante o sexo, essa elasticidade é naturalmente estimulada — e, ao contrário do que se pensa, a atividade sexual regular tende a fortalecer a musculatura vaginal, especialmente quando há consciência corporal e contração ativa dos músculos do assoalho pélvico.
A crença de que a vagina "afrouxa" com o tempo ou com a frequência sexual tem origem em períodos históricos marcados pelo controle da sexualidade feminina. Durante décadas, ideias moralistas foram disseminadas como forma de reprimir o prazer das mulheres, associando liberdade sexual à perda de valor ou pureza.
Mas a vagina pode mudar de tamanho?
Porém, há, sim, situações em que o tônus vaginal pode mudar — e nenhuma delas tem relação com a quantidade de relações sexuais. Condições como malformações genitais ou o parto normal podem alterar temporariamente a estrutura do canal vaginal. No entanto, o corpo da mulher é preparado para isso: durante a gestação, há um aumento natural de hormônios que favorecem a regeneração, e, com o tempo, o tecido tende a recuperar sua firmeza.
A fisioterapia pélvica também é uma aliada importante. Exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, realizados no pré e pós-parto, ajudam a manter o tônus muscular e melhoram tanto a saúde íntima quanto o prazer sexual.
Em resumo: a vagina não alarga por causa de relações frequentes. O que muda com o tempo é a forma como as mulheres se conectam com o próprio corpo, e isso pode — e deve — incluir prazer, autoconhecimento e liberdade sexual sem culpa.
Fontes consultadas: Alberto d'Áuria, ginecologista e obstetra; e Ana Maria Massad Costa, ginecologista e obstetra
*Com matéria publicada em 28/01/2019



























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