Tesão de ver o par usando fraldas ou chupeta? Conheça o ageplay

Você já ouviu falar em ageplay? A prática faz parte do universo BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo) e consiste em assumir papéis com idades diferentes durante o jogo erótico.

Um dos participantes interpreta alguém mais novo — podendo adotar comportamentos infantis ou adolescentes — enquanto o outro assume a posição de cuidador, geralmente chamado de daddy ou mommy.

O prazer não está apenas nas roupas ou acessórios usados, como fraldas e chupetas, mas principalmente na dinâmica de poder que envolve dominação, entrega e cuidados.

Interação lúdica ou sexual

Segundo especialistas em sexualidade, o ageplay pode ser vivenciado de maneiras muito variadas. Em alguns casos, a interação é totalmente lúdica e não precisa envolver sexo. Para outros, a prática se conecta a outras vertentes do BDSM e pode incluir punições, regras e estímulos eróticos combinados previamente.

Essa liberdade de criação é parte do que atrai seus praticantes: por algumas horas, é possível deixar de lado as pressões da vida adulta e entrar em um espaço seguro de fantasia, onde o papel de cada um é claramente negociado. A estética — do visual ao comportamento — ajuda a construir experiências que combinam prazer corporal, emocional e psicológico.

De comum acordo

Embora desperte curiosidade, o ageplay ainda sofre preconceito e é frequentemente confundido com comportamentos ilegais ou não consensuais, o que não corresponde à realidade de quem participa. Como em todas as práticas BDSM, consentimento explícito é indispensável no ageplay.

Além de uma comunicação clara, é recomendado que se tenha confiança mútua entre os parceiros e que cada um esteja plenamente consciente e confortável com sua participação. Um possível acompanhamento psicológico pode ser indicado, principalmente se houver trauma não resolvido ou confusão emocional por parte de alguém envolvido.

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Trata-se de uma prática entre adultos, baseada em consentimento, diálogo e limites bem estabelecidos. Entender essa diferença é essencial para quebrar estigmas e discutir a sexualidade de forma mais ampla e saudável.

Para quem deseja explorar ageplay, as dinâmicas mais comuns são:

Little/baby: a pessoa assume o papel de bebê ou criança pequena (0 a 6 anos), usando fraldas, chupetas, mamadeiras, roupas infantis ou falando de forma infantilizada. O foco costuma estar em receber cuidado e proteção.

Middle: quem interpreta uma criança mais velha ou pré-adolescente (7 a 17 anos), com comportamentos travessos ou desafiadores, podendo incluir cenas de "correção" ou pequenas provocações.

Caregiver/Daddy/Mommy: o parceiro que cuida, educa ou disciplina, oferecendo carinho, proteção e, às vezes, dominação.

Teacher/Aluno(a): jogo em que um parceiro é o professor(a) e o outro interpreta um aluno mais novo, envolvendo regras, testes e pequenas "punições" consensuais.

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Babysitter: dinâmica em que um dos parceiros é a babá ou cuidador temporário, criando situações de cuidado e brincadeiras típicas da infância.

Soft ageplay: foca apenas no carinho e no relaxamento, sem conotação sexual — muitas vezes é apenas um espaço de acolhimento emocional.

Erotizado: envolve toques, excitação ou sexo, mas sempre com limites claros e consentimento.

Elementos de cena frequentes

Objetos infantis: fraldas, mamadeiras, chupetas, brinquedos, livros de colorir, ursinhos, móveis pequenos.

Rituais de cuidado: banho, troca de roupa, colocar para dormir, dar comida na boca ou contar histórias.

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Regras e disciplina: horários, "castigos" lúdicos, tarefas simples para reforçar a ideia de dependência.

Falas e linguagem: uso de apelidos (como baby, princesa, daddy, mommy), voz infantil ou palavras abreviadas para criar a atmosfera.

Fonte: Carla Cecarello, sexóloga

*Com matéria publicada em 13/7/2018

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