Sexo ruim é motivo para terminar relacionamento? O que dizem especialistas

Entre casais que se amam, compartilham afinidades e objetivos em comum, a vida sexual pode, ainda assim, se tornar um ponto de atrito. A falta de sintonia entre quatro paredes levanta a dúvida: quando o sexo não satisfaz, é motivo suficiente para encerrar um relacionamento?

O peso do sexo na relação

Para muitos, o sexo é considerado o "tempero" da vida a dois. Não se trata apenas de quantidade, mas da qualidade das experiências, da sintonia entre o casal e da disposição em buscar prazer mútuo. Quando essa conexão não acontece, a frustração pode se acumular e gerar distanciamento.

Especialistas explicam que o sexo ruim pode, sim, se tornar um fator determinante para o fim de uma relação, especialmente quando um ou ambos percebem a insatisfação, conversam sobre isso e não encontram alternativas para melhorar a situação.

Quando vale insistir

Deixar de lado a vida sexual não precisa ser a primeira opção. Psicólogos e terapeutas ressaltam que o ideal é abrir espaço para o diálogo e entender o que pode estar atrapalhando a intimidade. Muitas vezes, dificuldades na cama estão relacionadas a fatores externos, como estresse, problemas financeiros, rotina exaustiva ou até inseguranças individuais.

Se existe interesse em manter a relação, buscar soluções em conjunto é fundamental. Isso pode envolver desde ajustes na comunicação até a procura por terapia sexual ou de casal.

Sexo não é tudo

Por outro lado, especialistas também apontam que o sexo não é o único pilar de um relacionamento. Em uniões duradouras, é natural que o fogo inicial diminua e que outros aspectos, como amor, parceria, amizade, filhos e projetos de vida em comum, ganhem mais peso.

Nesses casos, ainda que o sexo não seja intenso ou frequente, ele não deixa de ser apenas uma parte da relação, e não necessariamente um motivo para rompimento. O que sustenta o vínculo pode ser justamente a soma de outras fontes de prazer e satisfação compartilhadas pelo casal.

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Encontrar equilíbrio

Cada relação é única, e não há uma fórmula universal para determinar o quanto o sexo deve pesar nas decisões sobre o futuro do casal. Para alguns, a falta de sintonia na cama é insustentável. Para outros, pode ser apenas um detalhe diante de tudo o que foi construído juntos.

O mais importante é reconhecer que, embora o sexo seja relevante, ele não precisa ser visto como o único termômetro do relacionamento. Conversar, alinhar expectativas e, se necessário, buscar ajuda profissional podem ser caminhos para resgatar o prazer e preservar a intimidade.

Fontes: Ana Claudia Marques, psicóloga, mestre em ciências sociais e antropologia pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro); e Triana Portal, psicóloga clínica e terapeuta de casal

*Com matéria publicada em 19/3/2018

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