BDSM: conheça os switchers, que variam entre mandar e obedecer no sexo

Quando o BDSM (sigla para Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo) é mencionado, muitas pessoas imaginam automaticamente alguém mandando e outro obedecendo, ou uma pessoa aplicando dor e a outra recebendo. No entanto, existe um meio termo entre ser a figura ativa e a passiva: o switcher.

O switcher é aquele que alterna os papéis durante as práticas, experimentando tanto o prazer de dominar quanto o de ser dominado em momentos diferentes das sessões. Essa alternância permite uma compreensão mais profunda das dinâmicas do BDSM, ampliando a percepção sobre limites, sensações e desejos.

Durante as sessões, é comum que o switcher explore técnicas de dominação e submissão de forma segura, consensual e guiada por profissionais experientes, garantindo que a experiência seja prazerosa para todos os envolvidos.

Uma prática mais empática

A prática do switcher contribui para a empatia dentro do BDSM, já que experimentar ambos os papéis permite que o participante entenda melhor as sensações do parceiro ou parceira, bem como os desafios e limites de cada função. Além disso, alternar papéis pode enriquecer a experiência sexual e emocional, oferecendo variedade e aprofundamento das relações, sem que haja prejuízo físico ou emocional, desde que todas as práticas sejam consensuais.

Apesar da liberdade de exploração, ainda existe certo preconceito dentro do meio BDSM em relação aos switchers. Alguns praticantes acreditam que quem alterna os papéis não teria firmeza suficiente para dominar, mas profissionais da área destacam que essa percepção é equivocada.

Pelo contrário, o switcher desenvolve uma consciência mais completa da dinâmica do BDSM, compreendendo tanto a perspectiva de quem domina quanto a de quem se submete, o que pode fortalecer a prática e trazer mais segurança e confiança para todos os envolvidos.

Vontades mutáveis

A psicologia considera o switcher não como um transtorno, mas como uma preferência sexual que envolve diferentes vontades em momentos distintos. A prática, quando feita de forma consensual e segura, permite explorar a sexualidade de maneira saudável, abrir espaço para novas experiências e fortalecer a comunicação entre parceiros.

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Especialistas também destacam que essa alternância de papéis pode ser um importante instrumento de autoconhecimento, ajudando a identificar desejos, limites e formas de prazer que muitas vezes não seriam percebidos de outra maneira.

Ou seja, o switcher no BDSM representa uma alternativa para aqueles que desejam experimentar o melhor dos dois mundos: dominar e ser dominado. Essa prática, guiada pelo respeito e pelo consentimento, contribui para experiências mais ricas, relações mais empáticas e um aprofundamento do autoconhecimento, sem estigmas ou limitações impostas por expectativas sociais ou preconceitos dentro do meio.

Fonte: Margareth Signorelli, coach de relacionamentos e sexualidade

*Com matéria publicada em 18/1/2019

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