Implante contraceptivo que dura 3 anos chega ao SUS; como método funciona?

O implante contraceptivo conhecido como Implanon começará a ser disponibilizado no Brasil por meio do SUS ainda este ano, anunciou ontem o Ministério da Saúde - o medicamento já era oferecido pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo de forma gratuita. A expectativa é a de que 500 mil mulheres sejam atendidas.

O que aconteceu

Atualmente, o contraceptivo pode custar entre R$ 2.000 e R$ 4.000. A proposta do Ministério da Saúde é disponibilizar 1,8 milhão de unidades do contraceptivo até 2026. O projeto custará aproximadamente R$ 245 milhões.

A portaria que oficializa medida deve ser publicada nos próximos dias. Após a publicação, as áreas técnicas da pasta terão 180 dias para efetivar o projeto, com ações que envolvem desde a aquisição, distribuição até a capacitação de profissionais, já que a inserção e a retirada do implante devem ser realizadas por médicos e enfermeiros qualificados.

Esse implante é muito mais eficaz que outros métodos para prevenir a gravidez não planejada. Essa decisão foi da Conitec [Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS], a pedido do Ministério da Saúde, e agora vamos orientar as equipes, fazer a compra e orientar as Unidades Básicas de Saúde de todo o Brasil para já no segundo semestre deste ano começar a utilizar no SUS.
Alexandre Padilha, ministro da Saúde

O SUS já disponibiliza outros contraceptivos. Além do Implanon, também há preservativos externo e interno, DIU de cobre, anticoncepcional oral combinado, injetáveis hormonais, pílula oral de progestágeno, laqueadura e vasectomia.

Como funciona o Implanon?

O novo contraceptivo é seguro e de alta eficácia. Ele atua por até três anos, sem necessidade de intervenções. Após o período de uso, ele deve ser retirado e, caso a paciente deseje, um novo pode ser inserido —um procedimento realizado pelo próprio SUS.

O implante libera continuamente, em doses pequenas, um hormônio chamado etonogestrel. Em cerca de oito horas, os níveis do hormônio já alcançam concentrações suficientes para inibir a ovulação. A inserção pode ser feita no consultório médico com anestesia local, na subderme, logo abaixo da pele. O implante é colocado na região interna da parte superior do braço.

É um dos métodos mais eficazes. O risco de engravidar usando corretamente é de cerca de 5 em 10 mil pessoas que utilizam o método. Em comparação temos:

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Preservativo: 2 a 5 pessoas em 100 que utilizam o método;

DIU de cobre: 6 em 1.000;

Laqueadura: 5 em 1.000;

DIU hormonal: 2 em 1.000

Como todos os métodos contraceptivos hormonais, alguns eventos adversos e efeitos colaterais podem ocorrer. A queixa mais frequente é o sangramento vaginal irregular, mas podem ocorrer outros sintomas como cefaleia, ganho de peso, acne, oscilação de humor, dor na mama e dor abdominal.

Contra indicações

O medicamento não é indicado nas seguintes ocasiões:

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  • Distúrbio tromboembólico venoso ativo.
  • Presença ou histórico de tumor hepático (benigno ou maligno).
  • Presença ou histórico de doença hepática grave, enquanto os valores dos testes de função hepática não retornarem ao normal.
  • Presença ou suspeita de malignidades sensíveis a esteroide sexual.
  • Sangramento vaginal não diagnosticado.
  • Hipersensibilidade à substância ativa ou a qualquer componente de IMPLANON NXT®.
  • Durante a gravidez ou em caso de suspeita de gravidez.

*Com informações de reportagem publicada em 31/05/2023

Errata:

o conteúdo foi alterado

  • O medicamento já era distribuído de forma gratuita em São Paulo antes de entrar na lista do SUS de maneira nacional. A lista de contraindicação anterior estava errada. A reportagem foi atualizada com informações da bula.

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