Você pensa que swing é só troca de casais? Descubra mais sobre o assunto

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Para muita gente, o swing ainda carrega uma imagem estereotipada: festa, descontrole, orgia. Mas para quem vive essa prática, a realidade é bem diferente. Longe do clichê do “liberou geral”, o universo swinger envolve acordos, limites e uma nova maneira de enxergar o relacionamento a dois — ou a três, quatro ou quantos a fantasia permitir.
O que define o swing não é a ausência de regras, mas justamente o oposto: o controle. A prática consiste em ter relações sexuais com outras pessoas, mas sempre com o conhecimento e, geralmente, com a presença do parceiro — ainda que distante ou apenas ciente da situação. Por isso, muitos praticantes classificam esse tipo de relação como uma “monogamia controlada”, que se diferencia tanto da monogamia tradicional quanto dos relacionamentos abertos.
Nesse arranjo, o desejo do outro é acolhido e, de certo modo, monitorado. É isso que distingue o swing das relações abertas, em que os parceiros costumam ter experiências sexuais fora da relação sem necessariamente compartilhar os detalhes entre si. No swing, o jogo é combinado — e o prazer está também na troca consentida, na partilha da fantasia.
Quantos parceiros a imaginação permitir
A fantasia pode envolver casais, homens ou mulheres solteiras, e não se limita à ideia de “troca de casais” que ainda domina o imaginário popular. A variedade de arranjos é ampla e adaptável à realidade e às vontades de cada dupla — ou trio.
Dentro desse universo, há também práticas específicas que se aproximam do relacionamento aberto, como o cuckold (quando o homem sente prazer ao ver sua parceira com outro) e a cukqueen (versão feminina da mesma fantasia). Mesmo nesses casos, o controle continua sendo um elemento central: há envio de vídeos, fotos ou mensagens para manter o parceiro envolvido, mesmo à distância.
Um universo que vai além da fantasia
Entender o swing como uma prática que envolve comunicação, consentimento e confiança é fundamental para desconstruir os estigmas que o cercam. Mais do que sexo com múltiplos parceiros, trata-se de uma nova forma de viver a intimidade, onde desejo e lealdade não se excluem, mas se reconfiguram.
O tema tem ganhado espaço em livros, documentários, perfis de redes sociais e aplicativos, sinalizando que o tabu ainda existe — mas está, aos poucos, sendo substituído por conversas mais maduras sobre desejo, autonomia e liberdade nas relações.
No fim das contas, o que o swing escancara não é apenas o corpo, mas as estruturas que sustentam o amor, o compromisso e o prazer. Ao questionar o que é fidelidade e ampliar o diálogo entre parceiros, essa prática convida a repensar modelos que muitas vezes seguem engessados por convenções. E talvez seja justamente aí que mora o verdadeiro tabu.
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