Devo deixar meu bebê chorar até ele pegar no sono? Pediatra esclarece mitos
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'Amar + Materna' é o programa apresentado por Mariana Kupfer que vai ao ar toda segunda-feira no YouTube de Universa e toda sexta às 23h30 no Canal UOL. No episódio desta semana, o médico pediatra Paulo Telles fala sobre a importância de manter a boa qualidade de sono de bebês e crianças.
De início, Paulo reforça qual a melhor maneira de criar uma rotina de sono para que os bebês cresçam de forma saudável.
O sono é o momento mais importante quando a gente vai falar do desenvolvimento do cérebro da criança. Todo o aprendizado que ela tem durante o dia, vai registrar durante o sono. Então ela precisa do sono de qualidade para ter um melhor desenvolvimento cognitivo.PauloTelles, pediatra
Quando mais velhos, segundo Telles, o celular se torna o fator que mais interfere no sono das crianças e há uma série de estudos que confirmam esse impacto. Por isso é importante evitar o uso de telas durante a noite, principalmente nas horas que antecedem o momento da criança ir para a cama.
"O segundo fator é a alimentação, o açúcar antes de dormir é ruim, porque estimula mais, o chocolate, bebidas ou chás com cafeína também. Além de muita agitação ou exercícios físicos antes de dormir", destaca.
Um dos mitos sobre como educar um bebê envolve deixá-lo chorar até que ele pegue no sono. Para o pediatra, este não é um método adequado e a conduta ideal é sempre a do acolhimento.
"Nos primeiros 30 a 40 dias, a criança chora porque ela está com a fralda suja, ou está com frio e calor, ou ela está com fome, ou está com sono mesmo. Qual o benefício de deixar a criança chorar? Nenhum. A criança não chora porque está fazendo birra, mas porque não conseguiu dormir e está exausta", afirma.
Telles explica que cada criança tem um ritmo diferente de sono, mas alguns padrões são comuns e dependem do tempo de vida dela.
"Uma criança que dorme bem tem a parte emocional melhor, ela tem menos estresse, menos ansiedade, ela acorda mais bem-humorada e tem uma imunidade melhor. Não basta ter sono, a criança precisa aprender a dormir", afirma.
Nos primeiros 30 dias, um bebê dorme entre 16 a 20 horas e acorda apenas para mamar. Ao longo do primeiro ano, ele vai passar a dormir cerca de 14 horas, contando com as sonecas. Já aos cinco anos de idade, esse tempo passa para, em média, 10 a 12 horas de sono. Até chegar a um ritmo de 8 a 10 horas na adolescência.
"Um bebê quando nasce ainda não tem um ciclo de sono como o nosso, então imagina que isso vai começar a acontecer de três a quatro semanas, mas vai estar bem estabelecido entre quatro e seis meses. Então é difícil que uma criança durma a noite inteira antes desse período", explica o especialista.
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