Ela ia à terapia para conseguir se separar e achou o amor na sala de espera

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Luiza Apollaro, 34, começou a fazer terapia porque sabia que não estava feliz em seu relacionamento. Mesmo assim, não conseguia terminar. O que ela não imaginava era que seu futuro amor estava ali mesmo —na sala de espera.
Giovanni Salvador, 28, era o paciente do horário seguinte ao seu na agenda da psicóloga. Essa coincidência do destino só virou romance quase dois anos após o primeiro "oi". A Universa, Luiza compartilha os detalhes dessa jornada.
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'Tentava reunir coragem para me separar'
"Conheci o Giovanni quando fazia terapia para conseguir sair de um relacionamento abusivo. Tinha 30 anos e sempre me imaginei, nessa idade, casada, feliz e com filhos. A realidade era bem diferente: eu estava tentando reunir coragem para me separar.
Sabia que não estava bem, mas não conseguia romper aquele ciclo. Tinha medo de ficar sozinha para sempre, de nunca mais encontrar o amor.
Durante as conversas com minha terapeuta, ela, às vezes, mencionava outros pacientes de forma superficial, apenas para que eu pudesse me identificar com certas situações. Foi assim que comentou sobre um cara empreendedor, sem muitos detalhes.
Um dia, ao sair da consulta, vi um rapaz na sala de espera. Era o Giovanni. Nossa terapeuta nos apresentou: 'Luiza, esse é o Giovanni, aquele empreendedor que sempre menciono para você'. Nos olhamos, trocamos um 'oi' meio tímido e fui embora.
Na consulta seguinte, voltei a falar sobre meu medo de ficar sozinha. Foi então que a terapeuta contou que ele havia pedido meu telefone --ela não passou, claro, mas usou a situação como um exemplo de que ainda existiam possibilidades na vida.
Luiza Apollaro
Giovanni trocou seu horário de atendimento, e passamos a nos cruzar com frequência na sala de espera, mas nada acontecia.
'Segui minha vida e o esqueci'

Depois de um ano de terapia, consegui me separar. A essa altura, Giovanni já não frequentava o consultório no mesmo horário que eu, e deixamos de nos encontrar.
Perguntei sobre ele para a terapeuta. Ela comentou que a empresa dele estava contratando e que procurava indicações. Até me perguntou se eu conhecia alguém. Respondi que sim, mas era mentira —só queria uma desculpa para puxar conversa. O adicionei no LinkedIn e mandei duas indicações. Depois disso, começamos a trocar mensagens, que logo migraram para o Instagram.
Conversamos por cerca de um mês, mas ele nunca me chamava para sair. Como eu havia me separado havia pouco tempo, estava tranquila, curtindo minha liberdade. Até que ele começou a responder menos, demorava para retornar as mensagens, então desencanei.
Luiza Apollaro
Continuei solteira e livre. Um dia, vi um story dele de mãos dadas com uma mulher e percebi que ele estava em uma relação. Tudo certo. Ele havia sido respeitoso e se afastado. Segui com minha vida, me mudei para a praia e o esqueci.
Cerca de dez meses depois, ele comentou em uma publicação minha. Eu já havia até ocultado suas postagens, pois não queria vê-lo com outra pessoa.
Voltamos a conversar. Contei para minha terapeuta que havíamos retomado o contato. Comentei que, de novo, falávamos há tempos e nada de convite para sair. Perguntei o que fazer. Ela sugeriu que talvez eu devesse demonstrar mais interesse.
'Chamei para sair e ele topou'

Coincidentemente, fui promovida no trabalho na mesma época. Aproveitei o gancho e mandei uma mensagem: 'Fui promovida, acho que deveríamos sair para comemorar'. Ele topou. Marcamos para um domingo, um dia bem inusitado para um primeiro encontro. Foi ótimo! Tanto que já combinamos de sair no sábado seguinte.
Na terça-feira, ele me mandou mensagem perguntando se eu tinha compromisso na quinta. Respondi que não, e ele disse: 'que bom! Queria te ver, e sábado está muito longe'. Sem joguinhos, algo que eu fazia questão de evitar. E olha que ele é cinco anos mais novo.
Depois desses encontros, nunca mais nos desgrudamos. Em dezembro, cerca de dois meses após começarmos a nos ver, peguei covid-19. Ele foi para minha casa e ficou comigo por 15 dias. Foi ótimo, apesar da doença, claro. No final de janeiro, sugeri que fôssemos morar juntos de vez.
Luiza Apollaro
'Vamos convidar a terapeuta para o casamento'
Nos damos muito bem e seguimos firmes há três anos e meio. Claro, enfrentamos desafios —nenhuma relação é perfeita. Mas temos um 'contrato' sobre o que é essencial para o nosso dia a dia e para manter o amor vivo. Quando algo sai do combinado, conversamos com franqueza e carinho.
Não tivemos uma grande festa de casamento. Fizemos uma união estável e trocamos votos só nós dois. Ainda queremos celebrar oficialmente --e, claro, vamos convidar a terapeuta, que hoje não atende mais nenhum de nós.
Luiza Apollaro
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