Prêmio Sim à Igualdade Racial chama atenção para racismo no mercado de luxo

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Entre tantas formas possíveis de combater o racismo e reforçar a importância do antirracismo, o Prêmio Sim à Igualdade Racial adotou a celebração. Desde 2018, empresas ativistas, comunicadores, empresários e artistas são premiados anualmente por seus esforços pela equidade racial no Brasil.
A ideia de comemorar a luta pela mudança vem com a intenção de ampliar as conversas a respeito do racismo e concretizar uma agenda positiva. Saindo de um espaço de inércia e focando em ações e posicionamentos. O prêmio foca em pessoa que trabalham o ano todo para mapear lideranças, que, às vezes, ganham reconhecimento público pela primeira vez.
A organização do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) prevê premiações sob três pilares: educação, cultura e empregabilidade, e já divulgou os finalistas em nove categorias. Além disso, em 2025, o tema para o evento foi 'carisma', e vai contagiar a noite desde os indicados até os premiados, passando pelos looks e shows no palco de uma casa de shows na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
"O carisma que celebramos em 2025 é a potência que inspira mudanças", explica Tom Mendes, diretor institucional do ID_BR e do prêmio SIR - e um dos apresentadores da edição 2025.
Pautas importantes e alinhadas com o debate político de 2025, como justiça climática e COP30, direcionam os discursos. Outras se mantêm no radar, como equidade de gênero e a pauta racial, claro.
Este momento é um espaço sólido, potente e acolhedor para gerar impacto por meio das causas sociais, econômicas, culturais e ambientais.Luana Génot, CEO e fundadora do ID_BR
Carisma musical

O carisma como marcador da edição 2025 foi levado a sério até nas escolhas musicais. O público presente - ou distante, que acompanhará a transmissão via TV Globo e Youtube - poderá ouvir clássicos de cantores como Belo, Djonga e Gaby Amarantos, autores de hits-chiclete, letras que cultuam a diversidade cultural do país e também alertam para problemas do cotidiano.
Zaynara, Dom Filó, Maria Preta, Djuena Tikuna, Altay Veloso, Gabz e os bois Caprichoso e Garantido complementam a festa.
Afroluxo e defesa dos direitos marcam novo momento
O Prêmio Sim à Igualdade Racial 2025 marca um ponto forte de divulgação das normas do Código de Defesa e Inclusão do Consumidor Negro (CDICN), novo desdobramento do Afroluxo, uma iniciativa inédita da L'Oréal Luxo, uma divisão de negócio do Grupo, e pela MOVER.
O Afroluxo trabalha com enfrentamento ao racismo no mercado de luxo brasileiro, com transformação dos negócios e impacto positivo. As articulações do programa já criar protocolo de atendimento antirracista e ampliação de portfólio de cores de maquiagem, tendo como alvos marcas voltadas ao consumidor com maior poder de compra.
Agora, com o CDICN, promove uma reflexão sobre o Código de Defesa do Consumidor sob um olhar afrorreferenciado. As 10 propostas do código foram formuladas a partir da pesquisa "Racismo no Varejo de Beleza de Luxo", não têm validade legal mas apostam na moralidade para passar a valer nas lojas e shoppings do Brasil.
Uma das principais normas prevê alterar um comportamento comum nos pontos de comércio brasileiros: prontidão no atendimento. A proposta é que pessoas negras sejam atendidos tão logo cheguem ao estabelecimento, reparando uma exclusão histórica. Junto a este ponto, a norma que garante livre acesso e circulação visa impedir restrições nos estabelecimentos, que podem culminar em acusações racistas.
Capacitação antirracista e regras bem definidas para revistar consumidores negros também são previstas no código, bem como uma variedade de produto que contemple pessoas negras e seus diferentes tons de pele e tipos de cabelos.
Indicados na arte, cultura e economia

Os finalistas em 2025 representam diferentes regiões do país e uma pluralidade de manifestações e ações, como a artista Kaê Guajajara e o influenciador Raphael Vicente. A imprensa focada na diversidade racial está representada com veículos como Notícia Preta e Mídia Indígena. Grandes empresas e suas contribuições também disputam o prêmio, como L'Oréal, Ambev e Carrefour.
Cultura
- Arte em Movimento: Kaê Guajajara, Daiara Tukano, Denilson Baniwa, Acervo da Laje e Festa Batekoo;
- Destaque Publicitário: Amores Pretos - Vivo e Galeria Ag, Respeita meu Capelo - Vult e Gut, Gavião Kyikatêjê FC;
- Influência e Representatividade Digital: Adalberto Neto, Afrofuturas, Alice Pataxó, Cristian Wariu, Raphael Vicente, Thais Kokama;
- Indicação de imprensa: Notícia Preta, Mídia Indígena e Ubuntu Esporte Clube.
Educação
- Educação e Oportunidade: EMEF Quilombola Altina Ana, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil - APIB, Instituto Socioambiental (ISA);
- Intelectualidade: Itamar Vieira Junior, Geni Guimarães e Fernanda Kaingáng;
- Inspiração: Maria Toinha e Cacica Maria Valdelice.
Empregabilidade
- Comprometimento racial: L'Oréal Brasil, Unilever, Mondelez, Assaí Atacadista, Ambec e PepsiCo;
- Lideranças Diversas: Cida Bento, Claudionor Alves e Edivan Guajajara;
- Trajetória empreendedora: Nath Finanças, Almir Surui e Festival Psica.
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